Souza quando foi preso: delação rendeu benefícios.| Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina

Para quem corria o risco de passar de 10 a 16 anos preso em regime fechado, a perspectiva de ficar um ano e meio encarcerado pode ser considerada no mínimo “animadora”: em 30 de junho do ano que vem, o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza troca a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) pela prisão domiciliar. Vai usar tornozeleira eletrônica até 2021 e, entre 2020 e 2030, cumprirá a pena em regime aberto, mas com restrições.

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Réu em ações por crimes sexuais e corrupção, em troca da redução de pena, Souza devolveu duas fazendas avaliadas em R$ 20 milhões e entregou 59 ex-colegas de trabalho, possibilitando que o Ministério Público avançasse nas investigações da Operação Publicano.

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Esses são os termos da delação premiada de Souza, que foram tornados públicos nesta semana, por decisão do juiz da 3.ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio.

Souza é o principal delator da Operação Publicano, na qual o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) investiga a suposta formação de uma “organização criminosa” por auditores fiscais, empresários e contadores para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina.

Patrimônio

Mesmo devolvendo as duas fazendas, o delator Souza ainda vai ficar com um patrimônio estimado em R$ 10 milhões, composto por uma casa no condomínio fechado de alto padrão, um apartamento em Camboriú (SC), um apartamento pequeno, terreno Parque das Indústrias e uma sala comercial em Londrina.

O advogado dele, Eduardo Duarte Ferreira, afirmou que, apesar do patrimônio, seu cliente não terá “liquidez”. E se vender os imóveis, conseguirá no máximo R$ 5 milhões, metade do valor avaliado. “Pelo que eu vi apurado, ele [Souza] não está entre os 20 [auditores investigados na Publicano] mais ricos”, declarou.

Para o hoje procurador de Justiça Cláudio Esteves, que comandou o Gaeco de Londrina no começo das investigações da Operação Publicano, a contrapartida dada por Souza no acordo de delação premiada “tem valido à pena”. “Sem a menor dúvida”, afirmou.

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