O operador Milton Pascowitch afirmou à Justiça que entregou pelo menos R$ 10,5 milhões de propina em dinheiro vivo na sede do PT em São Paulo. O delator disse que levou R$ 10 milhões em espécie entre 2009 e 2011 para pagar propina de um contrato que a construtora Engevix assinou com a Petrobras para construir cascos de oito plataformas de perfuração do pré-sal. Outros R$ 532 mil foram levados por Pascowitch à sede do partido como parte de um contrato da empreiteira com o governo federal para obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Pascowitch declarou à Justiça que levou ainda mais dinheiro em espécie para pagar propinas ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso pela Operação Lava-Jato. Ele afirmou também que iriam para o PT parte dos R$ 10,7 milhões pagos ao operador pela empresa de informática Consist, beneficiada no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Os procuradores também juntaram às provas o cruzamento de ligações telefônicas entre Vaccari e Pascowitch e encontraram contatos feitos a partir de telefone da sede do PT em São Paulo.
As informações estão no pedido de busca e apreensão feito pelo Ministério Público Federal (MPF) ao juiz Sérgio Moro. Em depoimento prestado por meio de acordo de delação premiada, Pascowitch disse que o contrato dos cascos de plataforma de pré-sal previam o pagamento de R$ 14 milhões em propinas. Destes recursos, ressaltou Pascowitch, “foram feitos pagamentos da ordem de R$ 10 milhões em espécie na sede do PT em São Paulo”, diz o texto do MPF. O restante, segundo delação do delator, foi pago por meio de doações oficiais ao partido.
O PT informou que “refuta as acusações de que teria realizado operações financeiras ilegais ou participado de qualquer esquema de corrupção”. “Todas as doações feitas ao PT ocorreram estritamente dentro da legalidade, por intermédio de transferências bancárias, e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral”, afirma nota assinada pelo presidente do partido, Rui Falcão.
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