Rui Falcão, presidente do PT:segundo ele, Delcídio usou o cargo em benefício próprio.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta segunda-feira (30) que o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada sob suspeita de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato , “traiu a confiança” de seu partido e do governo Dilma Rousseff.

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“Todos sabemos que há uma seletividade nas investigações da Lava Jato, como também são nítidas as manobras para criminalizar o PT como instituição. [...] Nada disso, contudo, exime o senador do delito de usar seu cargo em benefício próprio, com prejuízos para o PT, o governo e o próprio país, sobretudo ao cogitar o suborno e a fuga de um criminoso que estaria colaborando com a Justiça”, afirmou Falcão em sua coluna semanal publicada no site do partido.

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Delcídio foi preso depois que Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, entregou à Procuradoria-Geral da República a gravação de uma conversa na qual o parlamentar diz ter influência política sobre ministros do STF para tentar libertar Cerveró e organiza um plano de fuga para levá-lo à Europa.

O petista já havia publicado uma nota dura contra o ex-líder do governo no Senado, quando o senador foi preso na operação que também levou à cadeia o banqueiro André Esteves. Na ocasião, Falcão foi criticado por correligionários e até pela oposição por abandonar o senador. Alguns dirigentes do PT chegaram a dizer que a nota era “desastrosa” por envolver a sigla na polêmica.

“É injusta a crítica de que não defendemos o Estado Democrático de Direito ao divulgar a nota que reprova as “tratativas” do senador já amplamente divulgadas. Há muito temos alertado para o surgimento de um “embrião do estado de exceção dentro do Estado de Direito”. Da mesma forma, temos denunciado o cerco ao PT, à Dilma e ao Lula por setores do aparelho de estado capturados pela direita”, rebateu nesta segunda.

Na semana que vem, a reunião da Executiva Nacional do PT vai debater a expulsão de Delcídio. Segundo integrantes da cúpula do partido, a tendência é pela desfiliação do parlamentar.

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