O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que delegados da Polícia Federal não podem “desrespeitar político”. Em conversa por telefone com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), monitorada pela Polícia Federal (PF) com autorização da Justiça Federal, ele defendeu o afastamento de autoridades da Operação Lava Jato e criticou a autonomia da polícia. “O problema é que nós temos que fazer nos respeitar. O delegado não pode desrespeitar um político, um senador, um deputado, sabe? Não tem sentido. Um cara do Ministério Público tem que respeitar”, disse o ex-presidente, que estava sob monitoramento a pedido da força-tarefa da Lava Jato e do juiz federal Sergio Moro.
Para a força-tarefa da Lava Jato, o diálogo mostra a intenção do ex-presidente de interferir no quadro de investigadores da operação que apura supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo Lula e sua família.
No diálogo, tornado público no dia 16, Lindbergh questiona o ex-presidente sobre “aquelas notícias”. A Lava Jato tem elementos para apontar que Lula sabia que seria alvo. A conversa gravada aconteceu antes do dia 4 de março, quando foi deflagrada a Operação Aletheia – 24.ª fase da Lava Jato - em que o petista foi levado coercitivamente para depor e endereços dele e familiares alvo de buscas.
“Aquelas notícias todas que falaram que ia ter não houve, né?”, pergunta Lindbergh. Lula responde: “É, mas pode ter, a gente não sabe, porque é um bando de louco”.
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