Se para alguns membros do Tribunal de Justiça a divulgação das senhas pelas operadoras de telefonia é abusiva, para os delegados que as detêm, elas são de fundamental importância para a solução de crimes no Paraná. Os três delegados da Polícia Civil ouvidos pela reportagem concordaram que há abusos em casos de "grampos" telefônicos no estado. Mas não quanto às senhas; sem elas quem perde é a sociedade, dizem.
O delegado Riad Farhat, titular do grupo Tigre especializado em apurar casos de seqüestro , afirmou que a senha agiliza o trabalho. "Sem esta senha eu posso perder cerca de 15 horas até conseguir a autorização para monitorar os telefonemas dos seqüestradores. Para o Tigre, essas horas são uma eternidade e decisivas para salvar uma vida."
De acordo com o delegado Miguel Stadler, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), muitas investigações necessitam da comprovação de endereços e de outros dados cadastrais. Agilizar um processo investigatório e chegar até o criminoso com rapidez e eficiência são argumentos utilizados por todos os defensores desse tipo de medida. "Quando está havendo uma extorsão, um estelionato ou um seqüestro situações em que geralmente as negociações ocorrem por telefone o monitoramento ajuda demais. Essas quadrilhas estão agindo no país inteiro, sem fronteiras. Por isso o acesso deve ser abrangente."
Marcus Vinícius Michelotto, delegado titular da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba, não criticou a decisão do TJ, mas considerou que os membros do Judiciário que derrubaram o uso das senhas da Brasil Telecom não estão sendo sensíveis ao trabalho da polícia. "O TJ julgou dentro da realidade jurídica, não levando em conta a difícil rotina dos policiais que investigam os mais variados crimes."
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