Delta diz que auditoria vai apurar irregularidades

A Delta Construções afirma que instalou uma auditoria no escritório regional Centro-Oeste para apurar as supostas irregularidades apontadas pela PF e pelo MPF

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Foco das investigações da futura CPI do Cachoeira, prestes a ser instalada no Congresso, a Delta Construções é suspeita de montar uma rede de laranjas para lavar dinheiro numa triangulação com outra construtora, a Alberto e Pantoja Construções e Transporte Ltda. As suspeitas são investigadas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito da Operação Monte Carlo e também são alvo de investigações no Ministério Público.

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Destino de R$ 26,2 milhões da Delta, a Alberto e Pantoja fez uma série de pagamentos a pessoas com vínculos com a empreiteira sediada no Rio, que, agora, negam que tenham recebido as quantias. Entre os destinatários há um pedreiro e um cabeleireiro.

As investigações, segundo avalia o MP, apontam para a prática de indícios de lavagem de dinheiro nas operações que movimentaram mais de R$ 25,8 milhões entre 2010 e 2011.

Entre os principais destinatários do dinheiro do esquema está Pedro Batistoti Júnior, tecnólogo e ex-funcionário da Delta em Mato Grosso do Sul. Laudos da PF atestam que ele teria recebido R$ 300 mil. "Se tivesse R$ 300 mil não precisaria pedir R$ 20 para comprar almoço. Não tenho nada com isso", disse.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que há um padrão no envio de recursos. Há nove anos trabalhando em um salão de beleza em Goiânia, o cabeleireiro Jefferson Dirceu Santos também aparece na lista de destinatários dos recursos. "Que? R$ 60 mil? Nunca recebi nada desse valor e muito menos dessas pessoas. Só podem ter usado o meu nome."

As relações da Delta com a organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira vieram à tona na Operação Monte Carlo. Segundo as investigações, Cachoeira era ligado ao então diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Eles negociavam contratos da empresa com o poder público. Suspeita-se que subornavam servidores públicos e que tenham participado da arrecadação ilegal para campanhas eleitorais.

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Ouvidos pelo Estadão, que teve acesso a dados do sigilo bancário da organização, outros destinatários afirmaram nunca ter recebido dinheiro da Pantoja.

Constam ainda na relação empresas de Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Minas e Pará. Em São Paulo, a Camarada Confecção Ltda. que teria recebido R$ 303 mil, não foi encontrada no endereço em que está registrada no Brás. "Não tem essa empresa aqui. Há mais de 20 anos funciona a Santar, que trabalha com importação de queijos e vinhos," afirmou a atendente.

A Pantoja está em nome de Rosely Pantoja da Silva, que declarou rendimentos de R$ 18,4 mil no ano de 2009, e Carlos Alberto Lima que não tem movimentação bancária desde 2004. "A empresa investigada não declarou imposto de renda nem recolheu tributos sobre faturamento, indicando que não houve receitas declaradas ao Fisco. Entendemos que há fortes indícios de que não possua atividades operacionais condizentes com seu cadastro", afirma a PF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.