PT, PMDB e PR fazem suas convenções à espera de Osmar Dias
Rosana Félix
Três convenções partidárias estaduais que ocorrem neste domingo no Paraná devem ficar sem desfecho, caso a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do estado não seja confirmada no fim de semana. PT, PMDB e PR têm a intenção de se coligar oficialmente neste domingo, tendo o pedetista como cabeça de chapa. Neste sábado, os partidos estavam tentando costurar os últimos acordos em torno do nome do Osmar.
Pela manhã, o PT realiza a convenção estadual na Sociedade Urca, no Ahú, em Curitiba. Devem comparecer cerca de 560 delegados com direito a voto. Também podem votar os membros do diretório e deputados estaduais e federais. O nome da ex-presidente estadual Gleisi Hoffmann será oficializado ao Senado, cargo ao qual ela já concorreu em 2006, quando perdeu a disputa para Alvaro Dias (PSDB) por uma diferença de 273 mil votos.
O encontro do PMDB também tem início na manhã deste domingo, no Estação Convention Center, na capital paranaense. A legenda conta com 462 delegados, mas são esperadas cerca de 3 mil pessoas no evento. A expectativa é homologar a chapa de candidatos completa postulantes à Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa, Senado e ao governo do estado mas isso depende ainda da definição sobre a candidatura de Osmar. Na semana passada, o governador Orlando Pessuti (PMDB) anunciou que desiste da reeleição para a composição da chapa com Osmar. Já o ex-governador Roberto Requião deve ser confirmado candidato ao Senado ele faria dobradinha com Gleisi, caso se confirme a aliança entre os partidos.
À tarde, o Partido da República (PR) faz sua convenção. O presidente estadual da legenda, deputado federal Fernando Giacobo, estava bastante otimista para que a legenda componha a aliança com PMDB, PT e PDT. "Nossa intenção é ter a presença de Osmar Dias como candidato ao governo do Paraná."
Os partidos têm até a próxima quarta-feira, dia 30, para realizar suas convenções. Com as chapas definidas, os partidos políticos e as coligações solicitarão aos tribunais eleitorais o registro de seus candidatos até as 19 horas do dia 5 de julho.
A convenção estadual do DEM, realizada ontem no Restaurante Madalosso, em Curitiba, marcou uma posição divergente dos democratas paranaenses em relação à cúpula nacional da legenda. Enquanto o DEM nacional condenou a indicação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) a vice do presidenciável tucano José Serra, a maioria das lideranças do partido no Paraná apoiaram o nome do paranaense. A convenção estadual do DEM confirmou ainda o apoio da legenda à candidatura do tucano Beto Richa ao governo paranaense.
O anúncio de Alvaro como vice de Serra, na sexta-feira, foi mal recebido pela cúpula nacional do DEM, a ponto de o vice-presidente do Democratas, deputado federal Ronaldo Caiado (GO) ameaçar romper com os tucanos se a decisão não for mudada. O presidente nacional da sigla, deputado federal Rodrigo Maia (RJ) também se manifestou negativamente à decisão e disse que não medirá esforços para mudar o nome do vice. O DEM pleiteia a vaga que agora é de Alvaro.
Mas a maior parte das lideranças democratas no estado aceitou bem a indicação do tucano. O deputado Alceni Guerra (DEM-PR) disse que o apoio a Alvaro Dias é certo na bancada paranaense. "Vamos enfrentar o partido em nível nacional para defender a indicação do Alvaro Dias", disse ele. "Tem momentos na política que o amor à terra é tão ou mais importante que o amor ao partido." Alceni defendeu ainda que o deputado federal paranaense do DEM que não apoiar o nome de Alvaro "estaria cometendo um deslize". "Seria passar um recibo da falta de vontade de fazer o estado crescer."
O deputado federal Eduardo Sciarra (DEM) disse que, como paranaense, ele não pode ser contra a indicação de Alvaro. "O DEM nacional abriu mão do cargo pelo Aécio Neves e agora está cobrando a indicação", disse Sciarra. Ele afirmou ainda que, pessoalmente, é favorável ao nome do Alvaro.
O deputado Luciano Pizzato também disse apoiar o paranaense e argumentou que devem ser levadas em consideração as questões locais para a escolha nacional. Ele afirmou que todos os integrantes do diretório estadual do DEM aceitaram bem o nome de Alvaro, mas que aguardam uma solução nacional, até porque as críticas do diretório nacional foram muito duras. "A questão nacional não tem a ver com o nome do Alvaro, não é objeção pessoal e sim da forma como foi feito, porque vazou antes, não sabemos se por querer ou não."
Apesar disso, algumas lideranças do DEM no estado preferem ainda não se posicionar. É o caso do deputado federal Cassio Taniguchi. Ele disse não ter nada contra Alvaro, mas afirmou que essa é uma discussão que ainda deve ser feita pelo PSDB e pelo DEM.
Já o presidente estadual do DEM, o deputado Abelardo Lupion, foi uma das únicas vozes dissonantes, destoando dos companheiros de partido no assunto indicação de Alvaro a vice de Serra. "O PSDB não tem o direito de, para resolver uma questão paranaense [tirar o senador Osmar Dias da eleição para o governo do estado], negociar o cargo que já havia sido acordado." Segundo ele, há dois anos já havia sido negociado que o DEM faria a indicação do nome para vice da chapa de Serra. "O DEM não abre mão dessa indicação. Se não tivermos a vice, o partido pode fechar."
Lupion, que também foi contra o apoio do partido no Paraná a Beto Richa, disse que pedirá licença do cargo de presidente do partido no estado na próxima quarta-feira. O objetivo dele é criar um comitê no estado em favor da candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo estadual.
Vice de Richa
A convenção do partido aprovou a coligação com o PSDB, condicionada à possibilidade de indicação de um democrata para a vaga de vice do candidato tucano Beto Richa. A decisão do DEM, no entanto, depende da participação do PDT de Osmar Dias na chapa de Richa, tendo o senador pedetista como concorrente a uma vaga ao Senado e outro nome como vice de Beto. Isso, porém, é improvável, já que a direção nacional pedetista vetou uma coligação com os tucanos no Paraná.
Lupion foi enfático ao defender a indicação de um nome do partido para vice de Richa. "Abri mão da candidatura ao Senado. Não abro, sob hipótese alguma, a indicação do vice-governador do estado." Mas, nem Lupion, nem nenhuma outra liderança do DEM disse quais seriam os nomes do partido para compor a chapa.
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Interatividade
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