Na véspera da votação de seu pedido de cassação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO), afirmou, em discurso nesta terça-feira (3) na tribuna do Senado, que o processo de quebra de decoro contra ele é baseado em provas ilegais. Discursando novamente para um plenário vazio, Demóstenes afirmou que é um "bode expiatório", "a bola da vez", e apelou para o espírito do corpo do Senado ao alertar para o precedente de cassar um parlamentar por grampos telefônicos feitos sem autorização do STF.
Ele sustenta que a Polícia Federal não podia ter grampeado suas conversas telefônicas sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), já que senadores têm direito a foro privilegiado. Ele também afirmou que não teve direito à ampla defesa e ao contraditório.
Tanto o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) quanto o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, já rebateram esse argumento, alegando que o alvo da Operação Monte Carlo não era ele. O senador teria aparecido na investigação de forma lateral, ao conversar reiteradamente com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, Demóstenes pretende comparecer nesta quarta-feira na CCJ para se defender pessoalmente.
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