O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), classificou nesta sexta-feira (16) como "grave" a suspeita de espionagem feita pelo delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz contra o advogado do banqueiro Daniel Dantas, Nélio Machado. "O caso é grave pois viola o Estado democrático de direito", afirmou. Itagiba disse ainda que a Satiagraha, operação da PF que resultou na prisão temporária de Dantas, foi marcada por "abusos de poder".

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"O episódio reforça os abusos de poder praticados no decorrer da Satiagraha tanto por parte da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) quanto do delegado da PF." Na avaliação de Itagiba a revelação de que Protógenes espionou o advogado de Dantas reforça que "o poder precisa ser controlado". "As pessoas acham que os fins justificam os meios. Os fins não podem justificar os meios. O Estado não pode cometer os mesmos crimes com a justificativa de que está atrás de criminosos.

Apesar da nova informação sobre os supostos métodos utilizados por Protógenes, Itagiba descarta reconvocar o delegado da PF para falar à CPI. "Os fatos já estão aí e a CPI já tirou o véu dos abusos", disse.

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OAB

O presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia, Alberto Zacharias Toron, afirmou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai pedir que seja apurado a denúncia de espionagem contra o advogado que defende Dantas, sócio-fundador do Grupo Opportunity.

Reportagem do Estado publicada hoje informou que em dois pen drives de uso pessoal do delegado foram encontradas coleções de imagens (fotos e vídeos) de Machado. Há suspeitas de que também teriam sido feitos grampos. O advogado do banqueiro disse que já desconfiava do monitoramento. "Isso é uma conduta típica do Estado policial", afirmou Toron. "É crime de abuso de autoridade.