O caso do policial civil Délcio Rasera, preso desde 5 de setembro sob acusação de realizar escutas telefônicas clandestinas, envolveu ontem novos personagens da política paranaense. Ontem o deputado estadual Ângelo Vanhoni (PT) subiu à tribuna da Assembléia Legislativa para se defender da acusação de que teria sido o responsável pela indicação de Rasera à Casa Civil.
"Com esta CPI dos Grampos, há muitos boatos. No primeiro ano do governo do Roberto Requião, em 2003, quando eu era o líder do governo, encaminhei o Rasera para a Casa Civil", disse Vanhoni. "Estão dizendo que sou eu o responsável pela contratação deste policial e que, pretensamente, eu o contratei para investigar o PT. Quem está dizendo isso é gente ligada ao governo, uma pessoa importante do governo do estado", afirmou o deputado.
Vanhoni afirma que só conheceu Rasera em 2000, quando foi presidente da CPI do Narcotráfico. "O Rasera e outros policiais me auxiliaram, durante a CPI, nas investigações. Ele me passava informações de ouvido. Tenho apreço pelo policial Rasera, mas não sei de suas atividades ilegais", afirmou o deputado.
Segundo Vanhoni, o policial procurou a liderança do governo no Legislativo dizendo que havia sido encaminhado para que houvesse uma solicitação para que ficasse à disposição do governo. O deputado petista admitiu que o mandou à Casa Civil, mas não soube informar quem fez tal solicitação. "Não sei nem quem encaminhou o Rasera para mim."
O presidente do PT, deputado André Vargas, disse ontem que desconhece qualquer relação entre o partido e o Rasera. "Nunca ouvi falar que o PT foi grampeado. E não sei nada desse Rasera. Sempre fui oposição, não tenho nada do governo. Quem, do PT, disse que o Rasera é uma boa pessoa foi o Vanhoni. Há um lamaçal aí. E o Vanhoni resolveu entrar e levou o nome do PT. É lamentável."
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