O depoimento da ex-assessora financeira do PT de Londrina, Soraya Garcia, na CPMI dos Correios em Brasília, foi cancelado. A oitiva estava marcada para as 14h30 desta quarta-feira (9). A informação foi confirmada pelo secretário da Comissaão. Não há ainda uma nova data para o depoimento.
O motivo do cancelamento também é desconhecido. O sub-relator da CPMI, o deputado paranaense Gustavo Fruet (PSDB), foi procurado pela reportagem para explicar o motivo do cancelamento, mas não atendeu aos telefonemas.
De acordo com a assessoria de Fruet, o deputado passou a tarde trancado numa sala da sub-relatoria para terminar o relatório parcial, que deve ser divulgado nesta quinta-feira (10). O documento vai pedir o indiciamento do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e o empresário Marcos Valério, por tráfico de influências. Soraya, por telefone, informou que não sabe o motivo do cancelamento. "Eu tava esperando e de repente me avisaram que eu não ia depor hoje", disse. "Agora não sei que dia vai ser. Virão novas denúncias. Eu ainda tenho coisa pra falar", ameaçou a ex-assessora.
RepercussãoO deputado estadual André Vargas (PT-PR), que está em Brasília para acompanhar a oitiva de Soraya, por nota, lamentou o cancelamento do depoimento. "É uma pena, porque seria a primeira vez que ela (Soraya) teria o contraditório", observou o parlamentar.
DenúnciasEsse é a terceira vez que o depoimento de Soraya é cancelado. A ex-assessora é a pivô das denúncias de caixa dois no partido em Londrina. De acordo com Soraya, o PT local gastou R$ 5,2 milhões a mais do que os R$ 1,3 milhões declarados em gastos de campanha ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Soraya ainda afirma que o ministro do Planejamento Paulo Bernardo e o atual chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e ainda o ex-ministro José Dirceu abasteceram com dinheiro vivo a campanha à reeleição do prefeito Nedson Micheleti.
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