O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) afirmou ao jornal O Globo que não cabe um pedido de desculpas às mulheres brasileiras, muito menos à deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), por conta da fala dirigida ontem à parlamentar na sessão na Câmara que votou as mudanças no seguro-desemprego. Dirigindo-se a Jandira, Fraga disse que “mulher que participa da política e bate como homem tem que apanhar como homem também”.
– Ela se escuda na condição de mulher — acusou o deputado na manhã desta quinta-feira.
Fraga afirmou que o “bater” não é uma alusão a agressão física contra as mulheres e acusou Jandira de se “escudar” em movimentos feministas. A frase provocou reações negativas já em plenário e uma avalanche de críticas contra o parlamentar do DEM, acusado de incitar a violência contra o gênero feminino.
— Não cabe pedido de desculpas. Se coubesse, pediria desculpas às mulheres do Brasil. Se a referência fosse a agressão física, pediria desculpa às mulheres, menos a essa deputada – disse o parlamentar.
A frase dita foi mal interpretada e se referia apenas à atividade política, segundo ele. Fraga reiterou o que disse:
– O bater a que estou me referindo é na atividade política, significa ‘falar mal’. A mulher que bate duro como homem tem de apanhar como homem. A resposta tem de ser no mesmo tom. A reação ruim foi do lado de lá, das feministas. Estou cansado de ver essa deputada escudada em movimentos feministas para atacar os outros.
O deputado afirmou ainda que não é machista:
– Não sou machista. No meu histórico de vida, não sou agressor de mulher. Foi ela que me chamou de fascista, que disse que faço apologia ao crime só porque sou favorável à redução da maioridade penal e sou contra o desarmamento.
Fraga, ex-policial, foi o deputado mais votado no DF. Ele é réu em ação de improbidade, em ação penal por peculato, é investigado por crime previsto na Lei de Licitações e já foi condenado por porte ilegal de armas. O deputado já exerceu o cargo na Câmara, ocasião em que foi acusado de remunerar a empregada com recursos da Casa. No exercício da atividade policial, foi acusado de homicídio.
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