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O deputado distrital Geraldo Naves (DEM) desmentiu neste sábado (6) a versão dos advogados de José Roberto Arruda (sem partido) para o bilhete que o governador do Distrito Federal teria enviado ao jornalista Edson Sombra, testemunha-chave do escândalo do chamado "Mensalão do DEM", numa suposta tentativa de cooptá-lo.

Na sexta-feira (5), os advogados Nélio Machado e José Gerardo Grossi, defensores de Arruda, confirmaram que o bilhete foi escrito pelo governador, mas disseram que o papel não tinha qualquer relação com o suborno à testemunha. "Não tem nada a ver com isso que se deseja veicular", disse Machado, sugerindo que o manuscrito teria sido indevidamente extraviado do gabinete de Arruda.

Foi o próprio Geraldo Naves, aliado do governador e responsável por entregar o papel a Sombra, quem desconstruiu a versão da defesa. Ele afirmou ter recebido o bilhete de Arruda com a incumbência de levá-lo para a testemunha. "A verdade é que eu peguei da mão do governador", disse ele, em entrevista à TV Globo.

O bilhete seria uma maneira de provar a Sombra que Arruda estaria disposto a fazer um acordo. No bilhete, o governador escreveu, em seis tópicos numerados, frases soltas como "gosto dele" e "quero ajuda". Por último, há a inscrição "GDF ok", que seria uma referência à ajuda que Sombra poderia receber do governo do Distrito Federal caso aceitasse a proposta dos emissários do governador.

Sombra afirma que a estratégia do grupo de Arruda era fazer com que ele prestasse depoimento à Polícia Federal (PF) lançando dúvidas sobre os vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, que mostram a corrupção no governo. Confidente de Barbosa, Sombra foi um dos principais responsáveis por incentivá-lo a denunciar o esquema de corrupção.

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