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A movimentada eleição da Câmara no último domingo estimulou também uma verdadeira casa de aposta entre os parlamentares. Um bolão promovido entre os apoiadores do vitorioso Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mobilizou 53 deputados, que fizeram suas apostas. O vencedor foi o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), que está em seu segundo mandato. Ele já foi chefe da Casa Civil do prefeito do Rio, Eduardo Paes. A aposta era de R$ 50 por cabeça. O vencedor embolsará R$ 2,6 mil.

Todos os 53 concorrentes apostaram em vitória de Cunha no primeiro turno: a previsão mais pessimista foi que ele obteria 257 votos - que já garantiria sua vitória no primeiro turno - e o máximo de 328 votos.

O palpite de Pedro Paulo não foi "chutado", ou seja, imaginou um número e, pronto, inscreveu no bolão. O parlamentar foi empírico, matemático e fez uma série de cálculos. Ele criou indicadores levando em conta as apostas dos colegas. Por exemplo, constatou que a média entre os apostadores era de 295,2 votos para Cunha e o voto da "moda" era 287, número que obteve o maior número de adesões, quatro ao todo. O deputado, então, criou a "taxa de traição" entre as bancadas. Entre os apoiadores de Cunha, estimou ele, a taxa de traição seria de 3%; entre os opositores, de 5%; e entre os governistas, supostos apoiadores de Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi de 25%. Essa conta toda deu 44 traições. Mas Pedro Paulo chegou ao número final de 266. Mas, ao perceber que alguém já tinha feito essa projeção, aumentou em um voto sua aposta, para 267, resultado vencedor.

— Não queria dividir o prêmio com ninguém — disse Pedro Paulo.

— Meu pai era estatístico. Sempre fui craque em matemática quando pequeno. Econometria e cálculo probabilístico eram minhas melhores matérias na faculdade e no mestrado em economia - disse o vencedor, que explicou seus cálculos.

— Fiz toda uma conta. Vi que tinha uma galera muito otimista e percebi que o governo estava jogando pesado. Usei três instrumentos: o cálculo estatístico, a sorte e, claro, a fofoca da traição.

Pedro Paulo disse que ainda não recebeu o dinheiro e vai cobrar do "crupiê" (profissional de cassino que dirige uma mesa de jogo) da aposta a entrega do prêmio.

— Vou doar para o fundo dos servidores — prometeu ele.

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