Delegado da PF depõe e nega vazamento
O delegado da Polícia Federal Aldo Brandão negou ter vazado informações sobre a Operação Xeque-Mate, que investiga exploração de jogos ilegais e tráfico de influência. Brandão prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (11) à PF em Campo Grande (MS).
A Polícia Federal investiga o envolvimento do coronel e deputado estadual Ivan de Almeida (PSB-MS) com a máfia dos caça-níqueis desbaratada pela Operação Xeque-Mate , segundo reportagem do Jornal Hoje. O coronel aparece numa das gravações feitas com autorização judicial reclamando do descumprimento de um acordo sobre propina. Almeida foi comandante da PM no governo Zeca do PT e só não foi indiciado pela operação porque tem foro privilegiado.
Nesta segunda-feira, um delegado da Polícia Civil e um coronel da PM de Mato Grosso do Sul prestaram depoimento em Campo Grande (MS). O delegado Marcelo Vargas negou as acusações, feitas pelos presos na operação, de que cobraria propina para não fiscalizar o jogo de azar e nem apreender caça-níqueis.
- Se houvesse apurado qualquer irregularidade praticada por mim, com certeza também teria sido decretada a minha prisão temporária, juntamente com os demais - afirmou Vargas.
Logo depois, o chefe do serviço de inteligência da PM, coronel Marcos David dos Santos, foi ouvido. O nome dele também foi citado por um dos detidos.
- Uma pessoa foi ouvida e citou o meu nome - disse Santos.
A quadrilha explorava os caça-níqueis em vários estados, como Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rondônia. O grupo seria comandado pelo ex-deputado estadual Nilton Cezar Servo.
O delegado da PF Aldo Roberto Brandão, suspeito de vazar informações da investigação para beneficiar acusados, não foi depor, como estava previsto. Ele apresentou um atestado médico pedindo para ser ouvido em outro dia.
A PF fechou um acordo com o Ministério Público Federal de Campo Grande e adiou as acareações entre os presos que seriam feitas ainda nesta segunda. Pelo acordo firmado, as acareações serão feitas somente em juízo. Na tarde desta segunda vão depor novamente outros presos, mas a PF ainda não divulgou os nomes deles.
PF deve pedir prisão preventiva de 20 acusados
O delegado Alexandre Custódio, da PF de Campo Grande (MS), que coordena as investigações, deverá concluir na quarta-feira os dois inquéritos instaurados. Ele deve solicitar a prisão preventiva de pelo menos 20 dos 67 acusados que, na sexta-feira, tiveram a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias.
Nilton Cezar Servo foi preso em Uberlândia. Ele é acusado de ser o chefe da quadrilha presa na Operação Xeque-Mate - Reprodução de TV Entre os presos cuja preventiva deve ser solicitada estão Nilton Servo e Dario Morelli Filho, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os delegados que trabalham no caso passaram o fim de semana analisando o material apreendido e os depoimentos de investigados, e levantando provas que dêem sustentação aos pedidos de prisão. Os pedidos serão analisados em conjunto com o Ministério Público Federal, que designou três procuradores para as investigações. A intenção do MPF é oferecer denúncia contra os acusados já com as preventivas decretadas. Além das ligações gravadas com autorização judicial, os delegados anexarão outras provas aos pedidos.
Até domingo, a PF não havia recebido o pedido de proteção a Andrei Cunha, que foi beneficiado pela delação premiada e havia sido solto na noite de sexta-feira. Ele colaborou com a PF depois que foi preso na Operação Xeque-Mate, há uma semana. Cunha era gerente de uma casa de jogos de Servo e se tornou seu desafeto.
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