“É muito mais interessante para o governo gastar com isso [recompensar policiais] do que com um novo referendo”, Fernando Francischini, deputado federal (PSDB-PR)| Foto: Marcelo Elias / Gazeta do Povo

O deputado federal Fernando Francischini (PSDB) vai apresentar amanhã um projeto de lei que cria um sistema de recompensa destinado a policiais que apreendem armas ilegais. O modelo é inspirado na legislação adotada no Paraná desde 2003, com apoio do ex-governador Roberto Requião (PMDB). Cada arma dá direito a um prêmio em dinheiro que varia entre R$ 300 e R$ 600 e conta pontos na ficha funcional para promoções na carreira.

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Essa será uma das propostas que serão discutidas hoje na Comissão de Segurança Pública da Câmara. Na semana passada, o órgão decidiu suspender a apreciação de 11 proposições que tratam da ampliação das possibilidades de porte de arma e analisar textos prioritários em relação ao massacre de 12 crianças no Rio de Janeiro. "É muito mais interessante para o governo gastar com isso do que com um novo referendo", justificou o parlamentar paranaense.

Vice-presidente da comissão, Francischini disse que o projeto também prevê pagamentos por produtividade da polícia. O incentivo seria vinculado, por exemplo, ao cumprimento de mandados de prisão de criminosos envolvidos em tráfico de drogas e crimes contra a vida. "Precisamos soltar a coleira para deixar a polícia agir", comparou o deputado. Segundo ele, há recursos disponíveis para todos esses benefícios no Fundo Nacional de Segurança Pública.

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Crítico da gestão Requião na área de segurança pública, Francischini disse que o incentivo à apreensão de armas é um exemplo positivo do peemedebista. "Falo mal do que estava errado, mas também defendo o que é certo. Isso todos sabem que surtiu efeito." Na semana passada, durante audiência com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, o governador Beto Richa (PSDB) disse que recebeu a segurança pública do antecessor em um estado "caótico".

Para o secretário estadual de Segurança de Requião, Luiz Fernando Delazari, a política de desarmamento deve ser uma questão "matemática". "Mais de 90% dos homicídios são praticados com armas de fogo. Nos bairros de Curitiba em que tivemos uma atua­­ção mais forte da campanha de desarmamento, tivemos reduções das mortes numa faixa de 30% a 35%", afirmou Delazari.

Titular da Delegacia de Armas e Munições de Curitiba, Roberto Heusi de Almeida Júnior afirmou que no primeiro trimestre de 2011 chegaram à unidade 156 armas apreendidas em todo estado. "Todas as iniciativas para retirar armas de circulação são válidas. É algo que precisa continuar", declarou.

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