Deputados que integram o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados avaliam a possibilidade de viajar à Suíça para coletar provas que possam embasar o julgamento do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A sugestão foi apresentada pelo paranaense Sandro Alex (PPS) ao relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP), e ao presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA).
“O relator aprovou a ideia, mas disse que gostaria que outros parlamentares fossem junto”, afirma Sandro Alex. A viagem só deve ocorrer, no entanto, caso o relatório preliminar, previsto para ser votado no próximo dia 24, seja favorável à continuidade do processo e aprovado pela maioria dos 21 titulares do Conselho.
“Precisamos ir atrás de toda e qualquer informação. Até para evitar um relatório final fraco ou que possa levar a alguma falha processual”, diz Sandro Alex. Um dos exemplos recentes para a iniciativa é o senador Romário (PSB-RJ). Alvo de denúncia de que manteria uma conta secreta na Suíça publicada pela revista Veja, ele viajou para o país europeu e levantou extratos bancários que comprovaram a inexistência da conta.
Outra sugestão que será levada adiante é o compartilhamento das provas coletadas pelo relator entre todos os conselheiros. A ideia é que todos recebam qualquer documentação ao mesmo tempo e que o processo seja o mais rápido possível. O material, inclusive, pode ser publicado na internet.
Pinato tem indicado, até o momento, de que deve levar o processo adiante. A decisão deve rachar o Conselho. Atualmente, cerca de oito titulares estariam propensos a encerrar o caso ainda nesta etapa. O número é insuficiente para salvar Cunha, mas poderia ser decisivo em um acordo com outros membros para uma votação com quorum reduzido.
Cunha é alvo de representação apresentada por PSOL e Rede que denuncia o peemedebista por ter supostamente mentido, em depoimento à CPI da Petrobras, de que não teria contas não declaradas no exterior. A declaração, segundo a Procuradoria-Geral da República, não é verdadeira. Nos últimos dias, o deputado passou a sustentar que não tem contas pessoais, mas beneficiário de trusts (estruturas que administram patrimônios no exterior).
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