Um grupo de deputados protocolou nesta quarta-feira (13) na Secretaria-geral do Senado um pedido de CPI Mista (composta por deputados e senadores) para investigar o conteúdo da Operação Navalha, da Polícia Federal, que desmontou um esquema de fraudes em licitações públicas, envolvendo políticos, servidores públicos e empresários.
O requerimento foi protocolado com o número limite de assinaturas: 172 na Câmara, uma a mais que o necessário, e 30 no Senado, três acima do exigido.
Um dos autores do requerimentos, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) admite que a provável retirada de assinaturas nos próximos dias deve inviabilizar o pedido de CPI. "Essa possibilidade não é grande, é concreta. Mas fizemos nosso trabalho. Quem retirar terá que dizer por que assinou e porque retirou", disse.
Delgado está pessimista porque a validade do requerimento dependerá de um prazo para conferência de assinaturas e leitura em plenário. Neste intervalo de tempo, é possível o recuo de quem assinou, assim como novas adesões.
Lideranças da base do governo têm trabalhado nos últimos dias para garantir a retirada de alguns nomes do requerimento. A expectativa é que pelo menos dez deputados governistas desistam de apoiar a CPI, impedindo sua criação.
No Senado, aliados do presidente da Casa, Renan Calheiros, suspeito de ligação com empreiteiras, também trabalham contra essa comissão de investigação no Congresso e devem pedir para que senadores desistam da CPI.
A data de leitura do pedido de CPI tem que ser marcada pelo presidente do Senado numa sessão do Congresso, entre Câmara e Senado, o que ainda não foi feito.
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