Auditor fiscal Luiz Antônio de Souza depôs em Londrina e reafirmou que propina abasteceu campanha de Richa.| Foto: Roberto Custodio/Gazeta do Povo

A reafirmação do auditor fiscal Luiz Antônio de Souza de que dinheiro de propina da Delegacia da Receita Estadual de Londrina abasteceu a campanha eleitoral do governador Beto Richa (PSDB) foi mais uma vez ignorada na Assembleia Legislativa.

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Enquanto a diminuta bancada de oposição tenta há um ano instalar uma CPI para investigar as irregularidades, a base governista faz valer sua maioria para manter o assunto enterrado.

PSDB reage e diz que acusações de propina na campanha de Richa são “suposições requentadas”

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Na segunda-feira (8), Souza depôs na sede Tribunal do Júri do Fórum de Londrina no processo da Operação Publicano e confirmou o que já havia dito aos promotores do caso, incluindo a existência de uma organização criminosa formada por auditores, empresários e contadores para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina.

Longe dali, na Assembleia, parlamentares oposicionistas seguem na tentativa de coletar as 18 assinaturas necessárias para tirar do papel uma CPI sobre o caso. Desde março do ano passado, porém, somente 11 deputados manifestaram apoio formal à instalação da comissão. O comentário mais corrente nos bastidores é que vários se dispõem a ser o 18.º a assinar. Antes disso, preferem evitar qualquer indisposição com o Palácio Iguaçu – sobretudo o grupo de cerca de 15 parlamentares que se autointitulam “independentes”.

“O auditor confirmou tudo o que havia dito na delação, portanto ele não está brincando. Se ele fez isso perante o juiz, é porque certamente tem provas do que está dizendo”, afirmou o líder da oposição, Requião Filho (PMDB).

Por outro lado, o líder do governo na Casa, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), voltou a defender que as investigações da Publicano já tramitam nas esferas competentes para o caso. “Não li o depoimento, mas ele [Souza] ou prova tudo o que disse ou é muito leviano. Seja o que for, a operação está na esfera adequada: o Ministério Público segue as apurações, já há depoimentos em juízo e, eventualmente, a Justiça Eleitoral irá apurar o que couber a ela”, defendeu.

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Outro entrave para a CPI da Receita Estadual, ainda que as 18 assinaturas sejam conseguidas, diz respeito à regra de que apenas cinco comissões do tipo podem funcionar simultaneamente na Assembleia. Por ora, já há quatro CPIs em atuação, além de outras duas aguardando instalação.