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Um acordo costurado por um grupo de parlamentares junto com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), permitiu a marcação de datas para a votação de projetos dos interesses dos aposentados e a consequente desocupação do plenário da Câmara por manifestantes nesta segunda-feira (25). Mesmo com o entendimento, parte dos aposentados continuará na Casa em vigília até às 22 horas desta segunda-feira.

A mobilização dos aposentados e pensionistas começou pela manhã na Catedral de Brasília e, segundos os organizadores, cerca de dois mil aposentados e pensionistas foram até o plenário da Câmara, onde foi realizada uma sessão pela manhã de homenagem ao Dia do Aposentado.

Após a sessão, no entanto, os manifestantes decidiram não deixar o local e ficaram no espaço reservado aos parlamentares, impedindo que a Casa realizasse uma sessão de debates marcada para esta tarde.

Por um outro acordo feito no início do mês, iria para votação nesta terça-feira (26) um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que impediu em 2006 a vinculação dos benefícios de aposentados e pensionistas ao salário mínimo, reajustado na época em 16,6%. O governo, no entanto, pediu o adiamento da votação, o que motivou a manifestação. "Estamos sendo enganados", protestou o presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins Gonçalles.

Diante do impasse, parlamentares ligados aos aposentados, junto com o presidente da Cobap, negociaram com Sarney e Temer durante a tarde. Ficou acertado que no dia 8 de julho será votado o veto prometido para esta terça-feira. De acordo com o senador Paulo Paim (PT-RS), a queda deste veto significaria gastos de R$ 10 bilhões para a Previdência Social.

Antes disso, há a promessa de Temer de colocar em votação ainda em junho um projeto que vincula daqui por diante os benefícios dos aposentados e pensionistas aos futuros reajustes do salário mínimo. Paim, autor do projeto, estima que esta proposta poderia ter impacto orçamentário de R$ 4 a R$ 5 bilhões por ano.

Para alguns parlamentares, esta proposta, se aprovada, pode até fazer o movimento desistir de derrubar o veto de Lula. "O ideal é os dois, mas se votar o projeto garante o reajuste para frente. Se conseguirmos aprovar o projeto pode até manter o veto", afirmou Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), um dos parlamentares que participou da negociação.

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