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Sciarra: candidato à liderança do DEM na Câmara. | Bernardo Hélio/Agência Câmara
Sciarra: candidato à liderança do DEM na Câmara.| Foto: Bernardo Hélio/Agência Câmara

O apetite maior pela verba de divulgação parlamentar atingiu deputados federais de todos os partidos. As justificativas também são variadas: uso de outdoor, novo site na internet, programa de rádio, mandato recém-iniciado ou mesmo final de mandato.

O tucano Luiz Carlos Hauly explicou que estava em campanha eleitoral no início de 2009 por conta do "3º turno" das eleições municipais em Londrina, e por isso gastou pouco em 2009. Ele teve o uso de verba para divulgação parlamentar saltando de R$ 700 para quase R$ 12 mil nos três meses levantados. "Eu não uso a verba de divulgação em período eleitoral. Fora deste período, uso cerca de R$ 4 mil por mês, o que não dá para fazer quase nada," afirmou.

André Zacharow (PMDB), suplente que assumiu em novembro de 2008 com a morte de Max Rosenmann – e que deixou a Câmara em abril deste ano, com o retorno do titular Reinhold Stephanes –, alegou que em 2009 havia acabado de assumir. O gasto dele, que foi nulo naquele ano, subiu para R$ 12,8 mil no 1º trimestre de 2010. "Não tinha o que divulgar, pois só comecei de fato depois do recesso parlamentar. Depois, passei a divulgar teses, como no caso do DPVAT, que poderia deixar de fora hospitais filantrópicos, e promover audiências", disse.

Site novo

Eduardo Sciarra (DEM) atribuiu o gasto maior (de R$ 8 mil para quase R$ 28,7 mil) ao desenvolvimento de um novo website, no ar desde do último dia 15 de março, e a um outdoor colocado em Cascavel, base eleitoral dele. "O desenvolvimento do site fez com que eu sacrificasse outras despesas. Antes, ele era bem pobrezinho e é algo que se investe uma vez e depois é só atualizar. O outdoor foi para divulgar a liberação das verbas para as obras das marginais de Cascavel. O que a gente faz tem que ser divulgado e ter as contas prestadas", afirmou o parlamentar, que revelou que tem uma assessoria de comunicação trabalhando para ele em Curitiba fazendo o levantamento de dados.

O deputado federal Cezar Silvestri (PPS) preferiu investir em outra mídia, o rádio. Ele contou que a verba de divulgação dele subiu de R$ 7,9 mil para cerca de R$ 31,5 mil por causa da produção de um programa chamado "Atividade Parlamentar", veiculado semanalmente em seis rádios das regiões Central e Sul do estado desde o final do ano passado. A gravação é feita em Guarapuava e ele será descontinuado por causa da legislação eleitoral. "O programa divulga minhas ações na Câmara. Eu sou o único político da minha região que não é dono de rádio e havia um anseio popular para que eu divulgasse meus atos no rádio," explicou.

O petista Assis do Couto disse, na conversa com a reportagem, que o final do mandato parlamentar faz com que aumente o gasto com divulgação. Ele partiu de quase R$ 16 mil no 1º trimestre de 2009 para mais de R$ 40 mil gastos com isso. "É claro que há diferença e o volume é sempre maior. Eu preciso divulgar para as regiões que represento, o que fiz durante o mandato. Se eles acharem que fiz um bom trabalho, votarão em mim. A partir de abril até as eleições, o Congresso proíbe o uso de verba para isso. Então, o que tem que ser feito neste ano é feito no primeiro trimestre", afirmou o deputado. Ele completou dizendo que "não há nada fora do normal, nem de imoral e ilegal nisso".

Rádio

A explicação do petebista Alex Canziani é parecida. Ele produz programetes de rádio que são enviados às emissoras do Norte do estado. "É um programete de rádio semanal que passamos para várias rádios com divulgação dos meus atos. Eu faço há algum tempo. Esse ano, em função das eleições, há um prazo para podermos fazer isso e acabou dando um valor maior. Aumentou a periodicidade. Em algumas rádios, eu tenho que pagar a inserção", disse. As despesas de Canziani com a rubrica foram de R$ 600 no primeiro trimestre de 2009 para quase R$ 12 mil no mesmo período deste ano.

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