Curitiba Três meses de crise em Brasília mudaram o tom dos discursos dos parlamentares ao falar sobre a eleição do novo presidente da Casa. Em fevereiro, o azarão Severino Cavalcanti (PP-PE) chegou a presidência pregando a "independência" do Legislativo, contra o Executivo e sua máquina de medidas provisórias. A "independência", personificada pelo aumento de salário e da verba de gabinete dos deputados bastou como bandeira.
Um festival composto de mensalão, mensalinho,confissões públicas de uso de Caixa 2 e bate-bocas em três CPIs alterou o perfil do bola da vez para presidir a Casa. Os parlamentares procuram agora um homem de reputação ilibada. "A principal característica do novo presidente tem de ser a vida pregressa à toda prova", diz o petista Irineu Colombo (PR).
"Tem que ter postura ética acima de qualquer coisa", concorda Eduardo Sciarra (PFL-PR).
O homem ético que os deputados procuram, porém, virá mesmo é da disputa entre uma base enfraquecida e uma oposição que elegeu Severino. O cenário para o governo, nesse caso, não é muito diferente do de fevereiro, quando o PT foi rachado entre Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e Virgílio Guimarães (PT-MG), dando a vitória nas mãos da oposição que abraçou Severino no segundo turno. A base de Lula na Câmara continua enfraquecida, mas, ao menos, sabe de suas desvantagens. Mesmo tendo a maior bancada, o PT vê a possibilidade de apoiar um nome de outra legenda.
"Devemos lançar o nome do deputado Arlindo Chinaglia (SP). Vamos ver se a candidatura ganha força. Mas podemos apoiar um nome do PSB o do PMDB também", explica Colombo.
A oposição, por sua vez, tem seu homem honrado praticamente definido. É José Thomaz Nonô (PFL-AL). "É uma pessoa idônea, competente e experiente", opina o tucano Luiz Carlos Hauly (PSDB). Há quem concorde, mesmo no governo.
"O melhor agora é continuar com o Nonô mesmo. Com esse festival de denúncias, um nome de consenso acima de qualquer suspeitas só na próxima eleição", explica o presidente do PL no Paraná, deputado Oliveira Filho.
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