Quatro deputados federais integrantes da comissão externa criada pela Câmara para fiscalizar produtos que chegam do Japão com suspeita de contaminação radioativa irão acompanhar no dia 19 de abril a chegada do primeiro navio que saiu do Japão após o terremoto e o tsunami que atingiram o país no dia 11 de março. Nesta segunda-feira (11), eles se reuniram com agentes de órgãos públicos no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, para tentar definir como esses produtos serão recebidos.

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Quatro navios vindos do Japão chegaram ao Porto de Santos nesta segunda – entretanto, eles deixaram o país asiático antes do desastre. Por isso, não precisaram ser inspecionados.

De acordo com a assessoria de imprensa do deputado Roberto Santiago (PV-SP), coordenador da comissão, as regras ainda estão sendo definidas, pois há muitos fatores complicadores devido à logística do porto. Também participam da comissão os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Ricardo Izar (PV-SP) e Walter Ihoshi (DEM-SP).

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A comissão se reuniu com representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marinha, Infraero e Receita Federal. Os parlamentares sugeriram que os navios sejam fiscalizados antes de aportarem, no local onde já é feito o controle da Receita Federal do Ministério da Saúde.

Entretanto, devido à necessidade de avaliar a radiação, alguns impedimentos terão que ser superados – como a dificuldade de abrir os contêineres e verificar 100% dos produtos.

Medidas de controle

Novas normas para importação de alimentos vindos do Japão foram divulgadas no Diário Oficial da União nesta segunda. A meta do governo é evitar a entrada de produtos e matérias-primas com níveis de radioatividade acima do normal por conta do acidente na usina nuclear de Fukushima Daiichi, afetada pelo tsunami.

Segundo a resolução, pessoas físicas não poderão importar alimentos do Japão. A liberação dos produtos só poderá ser feita nos portos de Santos e do Rio de Janeiro, além dos aeroportos de Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos) e do Rio de Janeiro (Galeão).

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Para entrar no Brasil, os alimentos deverão contar com uma declaração da autoridade sanitária japonesa relatando que os níveis de elementos radioativos como o césio e o iodo-131 estão abaixo dos limites definidos pelo Codex Alimentarius (fórum internacional que define normas sobre alimentos).

As amostras serão conduzidas ao Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), no Rio de Janeiro, ou ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. Ambos são ligados à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Somente após o laudo laboratorial favorável, as remessas serão liberadas para circulação e consumo no Brasil. Os produtos que apresentarem níveis de elementos radioativos acima dos recomendados serão descartados ou retornados ao Japão.