São Paulo, (AE) – Uma vitória do campo majoritário na eleição interna do PT pode causar baixas expressivas no partido. Integrantes do Bloco Parlamentar de Esquerda, que apóia a candidatura do ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, ameaçam deixar o PT se o atual grupo dominante no Diretório Nacional continuar no comando. "A eleição é um teste. Vamos ver se há condições de devolver o partido ao seu rumo, porque o PT é um trem que descarrilou", explica Plínio.

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"A idéia é ressuscitar o partido, mas isso só será possível se o Campo for derrotado", diz o deputado Chico Alencar (PT-RJ), um dos que podem deixar o partido. Segundo ele, seu grupo tomará decisão com base nos resultados de tendências que se alinharam tradicionalmente ao Campo, como Movimento PT e PT de Luta e Massas.

As deserções começaram, por ironia, nas alas mais moderadas. O primeiro desfalque no Senado foi a saída de Cristovam Buarque (DF) – que defendeu, na transição para o governo Lula, a permanência de Pedro Malan no Ministério da Fazenda. Na Câmara, a bancada caiu para 89 deputados com a desfiliação de André Costa (RJ), que militava no Campo Majoritário. Na semana passada ele entrou no PDT, desencantado porque o "projeto do governo Lula era retórica de palanque". Um grupo de fundadores resiste, porém, a abandonar o barco petista – mesmo à deriva. Apoiador da candidatura de Raul Pont, o economista Paul Singer, secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, aderiu ao movimento de "refundação" do PT, criado pelo presidente interino, Tarso Genro.

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Mesmo apontando as "delinqüências" de petistas, Singer alega que abandonar o PT seria desconhecer uma folha de serviços ao país. "Os delitos eram desconhecidos da maioria dos petistas. Se eles quiserem, é possível refundar o PT."