Descartado como candidato a vice-presidente na chapa de José Serra à Presidência da República, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) saiu da casa do senador Sério Guerra (PE), presidente do PSDB, esta manhã, e foi almoçar com um grupo de jornalistas na churrascaria Fogo de Chão. Não esperava encontrar por lá toda a cúpula do DEM - aliados do PSDB que cobraram a substituição do nome dele para vice. O restaurante fica numa rua atrás do hotel onde ocorre a Convenção Nacional do DEM.
Alvaro Dias sentou-se à mesa imediatamente do lado da mesa da cúpula democrata. Ficou de costas para eles e fez a festa dos fotógrafos. Durante a conversa com os jornalistas, Dias afirmou que, até aquele momento, não havia sido informado sobre a decisão - se ele continuaria ou não como indicado a vice. Mas ressaltou que não guardará mágoas.
O DEM pediu a substituição da indicação do vice porque não concordou com o método da escolha, anunciada no Twitter pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, sem comunicação prévia ao DEM. O senador também não quis comentar, no entanto, se, desta vez, é o DEM quem agiu mal ao ameaçar o rompimento da aliança em torno do Senado. "Sou um colaborador para evitar fissuras", disse.
No final do almoço, a cúpula do DEM saiu em fila e, inevitavelmente, teve de passar pelo senador. Um a um, cumprimentaram Dias: o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), o presidente de honra do partido, Jorge Bornhausen, e os deputados José Carlos Aleluia (BA) e Índio da Costa (RJ), este último o escolhido para ser o vice na chapa de Serra.