O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), disse nesta segunda-feira que um parecer da assessoria técnico-legislativa da Câmara informa que não tem efeito prático a decisão do PTB de pedir a retirada dos processos contra os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-GO) do Conselho de Ética. Assim que soube da intenção de seu próprio partido, Izar pediu o parecer da assessoria. Izar vai submeter o parecer aos membros do Conselho nesta terça-feira.
O presidente do Conselho de Ética admitiu, porém, que quem se sentir prejudicado pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara ou ao Supremo Tribunal Federal (STF). O parecer argumenta que o processo agora é de interesse público, e que não é mais de interesse apenas do PTB. Ricardo Izar disse ainda que já falou com o presidente do PTB, Flávio Martinez, sobre o assunto, mas ele não pretende desistir de pedir a retirada dos processos.
- Eu acho difícil a Mesa mudar a decisão até porque a assessoria é a mesma que serve à Mesa. Acho que esse tipo de atitude é muito ruim para o Conselho. Se cada um pensar em retirar o processo, vira uma baderna. Estamos preocupados em dar resposta à sociedade e a idéia de retirar dá impressão de que está havendo um acordão, coisa que não vamos aceitar - afirmou.
O relator do processo contra Dirceu, Júlio Delgado (PSB-MG), disse que ficou indignado com a decisão do PTB. Segundo ele, a senha da pizza foi dada por Dirceu, ao votar nulo na votação do relatório que pedia a cassação do mandato de Roberto Jefferson.
- Ele é zeloso demais, não cometeria esse erro. Nós, do Conselho, não podemos oferecer ingredientes para essa pizza que está se formando. Está se configurando um grande acordão - disse Delgado.
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