Em depoimento aos promotores de Santo André que apuram a morte do prefeito petista Celso Daniel, um dos seis integrantes da quadrilha da Favela Pantanal que confessou ter participado do crime, ocorrido em janeiro de 2002, disse nesta quinta-feira que o assassinato foi encomendado por R$ 1 milhão.

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Com o nome mantido em sigilo, o seqüestrador afirmou ainda que Celso Daniel não foi executado a tiros por um menor de idade que pertencia ao bando, mas por José Edson da Silva, já preso, e por Dionízio Aquino Severo, morto na prisão em 2002, dois dias depois de dizer que tinha informações sobre o seqüestro do prefeito. Severo estaria em um Santana branco durante a abordagem ao prefeito.

Ouvido na cadeia, o seqüestrador contou ainda que Edson e Severo receberam ordens para matar o prefeito depois que o chefe da quadrilha, Ivan Rodrigues da Silva, o Monstro, teve um encontro em Campinas, de onde partiu a oferta e a ordem para a execução. Para os promotores, que já denunciaram o empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra, como um dos mandantes do crime, é bem possível que um segundo responsável pela morte do prefeito se encontrava em Campinas horas antes de Daniel. O corpo do prefeito foi encontrado no dia 20 de janeiro, um domingo de manhã, em uma estrada vicinal de Juquitiba, na região metropolitana de São Paulo.

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- Com a confissão ganha mais relevo saber quem esteve em Campinas naquele final de semana do crime - disse ontem o promotor Roberto Wider, um dos investiga o casos.

O preso também revelou que durante o seqüestro do prefeito foi pego uma sacola com US$ 40 mil, que seria parte do pagamento da quadrilha. Os promotores de Santo André pretendem quebrar o sigilo telefônico de dois celulares utilizados por Severo. Apontado pela Promotoria Criminal como um dos possíveis envolvidos na morte do prefeito, o empresário Ronan Maria Pinto - denunciado por participar de um esquema de arrecadação de propina para eventualmente abastecer campanhas eleitorais do PT - estava em Campinas na noite do dia 18 de janeiro de 2002, dia em que Celso Daniel foi seqüestrado.

- Não podemos afirmar nada, mas é uma coincidência considerável - disse Wider.

O preso ouvido pelos promotores também confessou ter mandado duas cartas (uma para Sombra e outra para o seu advogado, Roberto Podval) para cobrar dívidas que teriam sido assumidas à época do seqüestro. Na carta, o preso ameaçava revelar detalhes do suposto acordo estabelecido para o assassinato, caso não fossem cumpridas suas reivindicações. A carta foi entregue no escritório de Podval. Em um trecho da carta, o preso escreve: "Que fique bem claro, se eu não tiver a (sua) atenção, a bomba vai explodir".

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