Desde que virou palco da Operação Lava Jato, maior investigação de corrupção do país, Curitiba virou o centro das atenções políticas. O juiz Sergio Moro, que conduz as investigações em primeira instância ganhou status de super herói celebridade e a capital paranaense ganhou o apelido de República de Curitiba.
A Gazeta do Povo fez uma lista de dez fatos que ocorreram em Curitiba que influenciaram na situação política do país, que culminou no afastamento da presidente da República. Confira:
Operação Pixuleco
O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu foi preso em agosto do ano passado na operação Pixuleco, 17ª fase da Lava Jato. Ele foi acusado pelos investigadores de ser o mentor do esquema na Petrobras. Foi o primeiro passo da força-tarefa em direção ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. O nome da operação inspirou manifestantes em todo o país, que passaram a usar um boneco inflável de Lula vestido como presidiário e chama-lo de Pixuleco.
Operação Passe Livre
Cerca de três meses após a prisão de Dirceu, a Polícia Federal deu mais um passo em direção a Lula com a deflagração da Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato. Os investigadores prenderam o pecuarista e amigo pessoal de Lula José Carlos Bumlai.
Operação Triplo X
A 22ª fase da Lava Jato, batizada de Triplo X também trouxe à tona polêmicas em relação ao ex-presidente Lula. Nessa fase, a força-tarefa investigava os proprietários de apartamentos no Condomínio Solaris, em Guarujá (SP). Embora os investigadores não confirmassem que Lula era o alvo da operação, o ex-presidente era investigado por ter recebido um tríplex no condomínio como pagamento da OAS pelo esquema na Petrobras.
Operação Acarajé
A força-tarefa da Lava Jato chega pela primeira vez muito perto da presidente Dilma, com a prisão do marqueteiro João Santana e sua esposa Mônica Moura. As prisões fizeram parte da Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato. Santana foi o responsável pelas campanhas presidenciais de Dilma em 2010 e 2014. Sua prisão causou preocupação no Palácio do Planalto.
Condução coercitiva de Lula
Em 4 de março deste ano o ex-presidente Lula foi alvo da operação Aletheia, 24ª fase da Lava Jato. Lula não chegou a ser preso, apenas conduzido coercitivamente para prestar depoimento no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O caso teve enorme repercussão e a partir de então o ex-presidente Lula passou a ser pressionado por pessoas próximas a assumir um ministério de Dilma, para ganhar prerrogativa de foro.
Sítio em Atibaia
Os investigadores de Curitiba chegavam cada vez mais perto do ex-presidente Lula. A força-tarefa investigava a propriedade de um sítio em Atibaia, que segundo as suspeitas pertencia ao ex-presidente Lula, mas estava em nome de terceiros. O ex-presidente tentou se defender dizendo que apenas frequentava a propriedade na condição de visitante, mas uma perícia da PF mostrou que não havia vestígios dos supostos proprietários do sítio, apenas de Lula e sua esposa. A suspeita é que o sítio tenha sido comprado para Lula com a ajuda da Odebrecht e da OAS, também como pagamento de propina.
Divulgação dos áudios de Lula
Com a Lava Jato se aproximando cada vez mais de Lula, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez o convite para que o ex-presidente assumisse o comando da Casa Civil, garantindo prerrogativa de foro e a saída das investigações das mãos de Moro. Um dia antes da posse, porém, a força-tarefa vazou o conteúdo de interceptações telefônicas de Lula para a imprensa. Em uma das gravações, a presidente Dilma afirma que está enviando o termo de posse para que Lula use “em caso de necessidade”. A conversa foi interpretada como obstrução de justiça e como uma recomendação para que Lula mostrasse o termo de posse assinado caso a PF tentasse prende-lo na Lava Jato.
Operação Carbono 14
A 27ª fase da Lava Jato, batizada de Carbono 14, tirou um dos esqueletos do armário do PT. As investigações avançam em direção ao caso Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André que foi assassinado. A força-tarefa investiga um empresário da cidade que teria recebido R$ 6 milhões depois de ameaçar envolver o ex-presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu, entre outros petistas, no caso do assassinato.
Delações premiadas
Diversas delações premiadas colocaram em xeque a situação do ex-presidente Lula e da presidente Dilma e agravaram a crise política vivida no país. Apesar de terem sido firmadas em Brasília, as colaborações partiram de investigados em primeira instância, em Curitiba, como o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. A delação de Cerveró levou à prisão do ex-senador Delcídio do Amaral, que também acabou firmando acordo de colaboração premiada. Além disso, executivos de empreiteiras investigadas em Curitiba também resolveram colaborar com as investigações, assim como a jornalista Monica Moura, presa na Operação Acarajé. A medida em que as delações aumentavam, os nomes de Lula, Dilma e pessoas próximas aos dois foram aparecendo cada vez mais, agravando a crise política.
Manifestação pró-impeachment
Pelo menos 200 mil pessoas participaram em Curitiba das manifestações contra o governo agendada para o dia 13 de março deste ano. Nos discursos, predominavam gritos de “Fora PT”, pedidos de impeachment, manifestações contra a corrupção e em apoio à Operação Lava Jato. Não faltaram bandeiras do Brasil, camisas verdes e amarelas e máscaras com a foto do juiz Sérgio Moro. As manifestações ocorreram em todo o país, com milhares de manifestantes em diversas cidades pedindo o afastamento da presidente.
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