A presidente Dilma Rousseff anunciou na sexta-feira (2) o corte de 8 dos 39 ministérios e nome dos novos ministros que vão compor o governo (veja infográfico ao lado) . Dessa forma, apenas 275 dias após ter sido reeleita, a presidente muda toda a configuração do governo na tentativa de melhorar sua governabilidade e evitar a abertura de um processo de impeachment. As duas principais mudanças foram a ampliação do espaço do PMDB (que tinha seis ministérios e passou a ter sete) e a indicação de petistas mais alinhados ao ex-presidente Lula para compor o núcleo político do governo.
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Outra novidade na Esplanada foi a polêmica indicação do deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vinha declarando ser de oposição a Dilma. A expectativa do Planalto é tentar se reaproximar de Cunha, que é o responsável por colocar em votação o possível pedido de impeachment de Dilma.
Coalizão
“Os governos de coalizão, como é o caso do meu e de todos os governos depois da democratização, precisam de apoio no Congresso”, justificou Dilma. “Nós vivemos em uma democracia e temos que dialogar com o Congresso eleito pelo povo em favor da população”, concluiu a presidente, admitindo que a reforma faz parte de uma estratégia para a aprovação do ajuste fiscal no Legislativo que, segundo ela, vão ajudar o Brasil a sair da crise.
Os líderes do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmaram que a reforma ministerial resultará em uma reconciliação da base aliada no Congresso com o Planalto. “A reforma agora apazigua [a base] na medida em que você passa a ter interlocutores mais próximos. Dá mais conforto à base. Agora a interlocução também fica mais coesa”, afirmou Picciani. Ele indicou os ministros da Saúde, Marcelo Castro , e da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera.
Após ser um dos responsáveis por algumas derrotas do governo no Congresso, o PMDB é tido agora como o fiel da balança para segurar um eventual processo de impeachment contra Dilma no Legislativo e fundamental para a reconstrução da base para aprovar o ajuste fiscal. Segundo Picciani, a bancada será mais fiel ao governo a partir de agora. Peemedebistas contemplados na reforma já começaram a articular o adiamento do congresso nacional do partido, previsto para novembro, em que uma das discussões era a possível saída do partido da base aliada .
Apesar disso, um terço da bancada de 66 deputados do PMDB assinou manifesto criticando Dilma e condenando a “barganha por cargos”. O grupo de 22 diz que ela conduz o país de forma “errática” e “desacreditada”.
A ampliação do espaço do PMDB foi uma sugestão do ex-presidente Lula à Dilma. Lula também sai fortalecido com a reforma, com três nomes de sua confiança no Palácio do Planalto: Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social).
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