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Presidente Dilma Rousseff (PT) reuniu um grupo de jornalistas e propôs um pacto político, caso o processo de impeachment não vá adiante | Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação
Presidente Dilma Rousseff (PT) reuniu um grupo de jornalistas e propôs um pacto político, caso o processo de impeachment não vá adiante| Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação

A quatro dias da votação do pedido de impeachment, a presidente Dilma Rousseff reuniu um grupo de jornalistas para “fazer uma denúncia de que há um estado de golpe sendo conspirado no Brasil”, repetir que seus autores são o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas prometeu, se ganhar a votação da Câmara dos Deputados, fazer uma proposta de “pacto” no país incluindo oposição, trabalhadores e empresários. Segundo ela, não pode ter nem “vencidos nem vencedores”.

Durante a conversa, realizada no Palácio do Planalto e que durou mais de duas horas, Dilma demonstrou bom humor, criticou a imprensa e afirmou que, apesar da crise, dorme bem e não toma remédios para isto.

Apesar de em alguns momentos deixar a entender que pode perder no domingo (17), quando está marcada a votação do seu pedido de impeachment, a presidente buscou afirmar que acredita na vitória na Câmara e que, após o processo, fará uma “proposta de pacto”, com “todas as forças políticas”, inclusive a oposição.

“Não pode ter vencidos nem vencedores, você não faz um pacto com ódio”, defendeu a presidente, acrescentando que “convido a todos”, citando também “trabalhadores e empresários”.

“Eu vou oferecer um processo de diálogo” e vou respeitar não só os “meus 54 milhões de votos”, mas também “os dos outros”.

Durante a entrevista, Dilma voltou a afirmar que todos aqueles que defendem seu impeachment sem crime de responsabilidade são golpistas. “Não há dúvida de quem defende a interrupção do meu mandato sem prova é golpista”, afirmou.

Questionada se empresários que estão programando fechar shoppings no domingo, no dia da votação, também podem ser classificados de golpistas, a presidente afirmou que não faria distinção.

“Todos somos igual perante a lei. Quem defende impeachment sem prova é golpista sem distinção”, afirmou a petista, acrescentando que pode ser “um pedreiro, um professor ou um empresário”.

Dilma fez questão de atacar tanto seu vice Michel Temer como Eduardo Cunha, como tem feito nos últimos dias. Afirmando não saber apenas quem é o “chefe ou subchefe” do golpe, a petista afirmou que Temer e Cunha têm uma “profunda sociedade”. Questionada se falava também de questões financeiras, disse que não falava disto, mas da política.

Na saída da entrevista, realizada no seu gabinete na Presidência da República, Dilma procurou resumir qual era seu recado.

“O recado é o seguinte: nós lutaremos até o fim contra esse impeachment. Acreditamos que, no dia de domingo, temos todas as chances de barrar o impeachment. Esse é o recado principal.”

Em seguida, a presidente afirmou que seu “segundo recado é que, logo depois [de barrar o impeachment], temos que fazer um pacto no Brasil”.

Questionada sobre o que vai fazer caso perca a batalha e sofra o impeachment, Dilma respondeu: “Se eu perder, eu estou fora do baralho. Mas não estou falando só da Câmara, estou falando lá no fim, mais ou menos lá para maio”.

Os jornalistas perguntaram também sobre o que a petista faria caso fosse afastada por 180 dias, até o processo ser julgado no Senado. “Isso ninguém sabe”. Ao ouvir a explicação de que o Palácio da Alvorada ainda continua à sua disposição, respondeu, aos risos, “bom saber, não serei uma sem-teto”.

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