Cerveró não recebeu perguntas antecipadas da CPI, diz advogado
O advogado Edson Ribeiro, que representa Nestor Cerveró, negou que o ex-diretor da Petrobras tenha recebido antecipadamente as perguntas que seriam feitas durante seu depoimento em uma CPI. Ele confirmou que Cerveró participou de um treinamento promovido pela estatal dias antes de ir à CPI que investiga irregularidades na empresa.
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (4) que cabe ao Congresso dar explicações sobre a combinação entre servidores do Planalto e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Petrobras que anteciparam perguntas que seriam feitas a diretores da estatal durante seus depoimentos.
De acordo com a revista "Veja", a presidente da Petrobras, Graça Foster, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró tiveram acesso antecipado às perguntas e foram treinados pela equipe da empresa sobre como respondê-las. "Essa é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso", afirmou a presidente após visita a Unidade Básica de Saúde, em Guarulhos.
Dilma minimizou a promessa da oposição de apresentar nesta segunda representações no Ministério Público, no Conselho de Ética do Senado, na Secretaria de Relações Institucionais e na Petrobras pelo caso, a petista. "Acho que o PSDB faz as representações que quiser fazer em Brasília", afirmou. A presidente não respondeu se o relator da CPI, senador José Pimentel (CE), deveria deixar o posto. O petista é líder do governo no Congresso.
Questionando se houve interferência do Planalto na CPI, a presidente começou a destacar ações na saúde e em educação de sua gestão em parceria com o Congresso.
Denúncia sobre combinação em CPI não é escândalo, diz Gilberto Carvalho
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta segunda-feira que ainda não vê como um escândalo a denúncia de que servidores do Planalto e da CPI que investiga irregularidades na Petrobras anteciparam o gabarito de perguntas que seriam feitas a diretores da estatal em seus depoimentos. Segundo Carvalho, ele ainda não conversou com Dilma sobre o episódio. "Eu não vou falar sobre um tema que eu ainda não tive a oportunidade de efetivamente discutir. [...] Em outro momento podemos até falar disso. Para mim não há qualquer escândalo na medida em que eu não conheço. Há uma denúncia. Uma denúncia não necessariamente é um escândalo. Uma denúncia tem que ser verificada e aí a gente pode depois conversar sobre isso", afirmou.
Carvalho também defendeu a presidente sobre a condução da economia, criticada e vista com pessimismo pela oposição. Em referência aos prognósticos de cenários ruins feitos antes da Copa do Mundo, Carvalho afirmou que o governo "disputa uma Copa por dia"."Porque todo dia é esse prenúncio de tragédias que felizmente que não se concretizam. E a luta do governo é dura porque tem que enfrentar setores que, por falta de proposta -e como no passado eles não têm muito o que mostrar, porque foi um Passado muito duro, de desemprego, de recessão- eles têm que tentar fazer uma pregação do terrorismo, do pessimismo, para tentar ganhar o apoio popular", disse.
O ministro também afirmou que a campanha de Dilma Rousseff à reeleição irá dar atenção especial ao segmento evangélico da população. Ele comentou a decisão do Jornal Nacional, noticiário da TV Globo, de cobrir também a campanha à presidência do Pastor Everaldo (PSC), além dos três principais candidatos à Presidência -Dilma, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). "Acho natural e é fundamental que haja democracia no acesso de todos os candidatos aos meios de comunicação. Se o "Jornal Nacional" decidiu acompanhar a candidatura do Pastor Everaldo é uma questão de justiça", afirmou.
De acordo com Carvalho, uma grande parte do segmento evangélico tentará concentrar os votos no pastor no primeiro turno para forçar a realização de um segundo turno. "Um grupo de evangélicos está fazendo um grande esforço para concentrar os votos no Pastor para em um eventual segundo turno terem melhores condições de participação seja no governo, seja no programa de governo", disse.
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