Entenda o caso
Ministério da Agricultura é novo foco de acusações.
27 de julho Diretor financeiro da Conab e irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Oscar Jucá Neto é exonerado do cargo após acusação de ter liberado pagamento irregular de R$ 8 milhões a empresa de laranjas.
30 de julho Em entrevista à revista Veja, Jucá Neto diz que o Ministério da Agricultura "só tem bandidos e "corrupção. Segundo ele, o ministro Wagner Rossi (PMDB-SP) teria lhe oferecido dinheiro em troca de seu silêncio. Rossi nega.
1º de agosto Rossi descarta crise e faxina na Agricultura. Reunida com a cúpula do governo, a presidente Dilma não cobra explicações a respeito das acusações, e Romero Jucá pede desculpas por declarações de seu irmão.
2 de agosto Reportagem do jornal Folha de S.Paulo revela que o TCU aponta descontrole em gastos na Agricultura, que não fiscalizaria adequadamente operações milionárias em seus órgãos; pasta diz que já adotou procedimentos para melhorar controle de despesas.
3 de agosto Em depoimento na Câmara Federal, o ministro ataca Jucá Neto e volta a negar irregularidades na pasta.
4 de agosto Reportagem da Folha de S.Paulo diz que o governo Dilma foi avisado de que a Conab estava sendo aparelhada com objetivos eleitoreiros, mas manteve as indicações políticas, intensificadas a partir de 2007, com a adesão do PMDB a Lula.
6 de agosto Secretário-executivo da Agricultura, Milton Ortolan, pede demissão após revista Veja afirmar que lobista teria uma gravação em que ele exige propina de 10% sobre contrato com o ministério. Ortolan nega as acusações.
7 de agosto Folha de S.Paulo mostra que a Agricultura virou cabide de empregos da cúpula do PMDB e que loteamento na Conab começou quando Rossi dirigia a estatal. Entre os apadrinhados estão Adriano Quércia Soares, sobrinho de Orestes Quércia, e Monica Infante de Azambuja, ex-mulher do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves.
8 de agosto Reportagem da Folha de S.Paulo mostra que, além de inchar a Conab, Rossi transferiu para seu gabinete no ministério funcionários contratados sem concurso e até hoje remunerados pela estatal.
Fonte: Folhapress.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff deu ontem indicativos de que o tratamento das denúncias de corrupção envolvendo integrantes do PMDB será diferente do dispensado ao PR alvo da "faxina" no Ministério dos Transportes. Dilma defendeu nesta segunda-feira, publicamente, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, cuja pasta tem sido denunciada por suspeita de irregularidades. Rossi é peemedebista e foi nomeado por indicação do vice-presidente Michel Temer. O PMDB é o principal partido da base aliada de Dilma no Congresso, juntamente com o PT.
"Não há razão para ter qualquer questão em relação ao ministro Wagner Rossi", disse Dilma aos jornalistas. "Ele [Rossi] já tomou as medidas e estamos sem sombra de dúvidas reiterando a confiança no ministro", afirmou. Anteontem, o Planalto já havia emitido uma nota em que defendia Rossi.
No último sábado, o então secretário-executivo do Ministério, Milton Ortolan, se demitiu após a revelação da revista Veja de que um lobista atuava dentro do ministério influenciando contratos e licitações. O ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Habitação (Conab) Oscar Jucá Neto havia denunciado uma semana antes que o PMDB e o PTB haviam montado um "consórcio" para desviar dinheiro do ministério.
Prestigiado
Prestigiado por Dilma, Rossi convocou ontem a imprensa para uma entrevista coletiva. E disse tem o apoio da presidente. "Ela [Dilma] tem me dado motivos para que eu me sinta firme e confortável [no ministério", afirmou.
Durante a entrevista, Rossi deixou claro que sua estratégia é se desvincular das supostas irregularidades na pasta. Ele pediu à imprensa que, se souber de irregularidades, que avise o ministério para que providências sejam tomadas. Os problemas, segundo ele, são derivados de ações de subordinados seus sobre as quais ele não tem controle direto. "Eu não tenho como controlar tudo", afirmou mais de uma vez o ministro.
Ele também especulou que as denúncias contra sua pasta podem ser fruto de disputas entre grupos rivais dentro do ministério e da Conab. "Quem conhece a administração pública sabe que, às vezes, você muda a equipe, e a equipe anterior e a equipe atual se hostilizam por baixo do pano. Isso acontece", disse o ministro.
Rossi reconheceu ainda que o loteamento político das diretorias (entre aliados do PMDB, PTB e PT) da Conab são um problema. "Isso tem criado problemas, eu não vou negar", afirmou o ministro. Antes de ser nomeado ministro, ainda no governo Lula, Rossi foi presidente da Conab.
Rossi considerou legítima a indicação de parentes de líderes de seu partido, o PMDB, para cargos na Conab. Reportagem de domingo do jornal Folha de S.Paulo mostrou que receberam cargos no órgão um filho de Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado; a ex-mulher de Henrique Eduardo Alves (RN), líder da sigla na Câmara; um neto do deputado federal Mauro Benevides (CE); e um sobrinho do ex-governador Orestes Quércia, peemedebista morto no ano passado.
Em relação à reportagem da revista Veja, que afirma que o lobista Júlio Fróes tinha uma sala no ministério e que redigia editais de licitação e elaborava pareceres, Rossi afirmou que determinou ontem a instauração de uma sindicância. Rossi voltou a negar que conhecesse Fróes, mas admitiu tê-lo cumprimentado uma vez dentro do ministério, ao sair de seu gabinete.
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