A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (2) por meio de nota, que é mentirosa a versão de que ela teria pedido a Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva seu nome, recurso para suas campanhas presidenciais em 2010 e 2014 por meio de caixa 2. Segundo ela, é um “insulto à sua honestidade” a tentativa, segundo Dilma, de “impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral”.
“É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014”, diz o texto.
A nota de Dilma acrescenta não ser verdade que ela designou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como responsável pela arrecadação financeira de suas campanhas presidenciais. “Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação.”
A ex-presidente conclui em nota que as doações a suas campanhas foram feitas dentro da legalidade eleitoral. “Por fim, cabe reiterar que todas as doações às campanhas de Dilma Rousseff foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral”, afirma.
O executivo Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, disse na quarta-feira, dia 1º, em depoimento à Justiça Eleitoral, que 80% dos recursos destinados pela empresa para a campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014 tiveram como origem o caixa 2.
Segundo relatos, o empresário afirmou que a petista tinha dimensão da contribuição e dos pagamentos, também feitos por meio de caixa 2, ao então marqueteiro do PT, João Santana. A maior parte dos recursos destinados ao marqueteiro era feita em espécie. As negociações eram feitas diretamente entre Marcelo, Santana e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
- Odebrecht complica Temer, que agora quer ‘arrastar’ a ação de cassação
- Eliseu Padilha tem licença médica ampliada após depoimento de Marcelo Odebrecht
- Por que Lula, Dilma, Sarney e outros alvos da Lava Jato sem foro privilegiado estão no STF?
- Marcelo Odebrecht confirma caixa 2 da chapa Dilma-Temer em 2014
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”