Vazar delação é tentativa de mudar o rumo da eleição, diz ministro
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) minimizou neste domingo (7) o impacto político das denúncias feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimentos à Polícia Federal.
Para ele, o que foi publicado até o momento sobre o caso é "boataria" que tenta mudar os rumos das eleições e destacou que o episódio reforça a necessidade de uma reforma política.
- Mercado acha que vale apoio desconfiado à Marina
- Denunciados em esquema da Petrobras não vão a desfile
- Presidente do Senado 'repudia' denúncia de ex-diretor da Petrobras
- Governistas acham que delação atingirá PT, PMDB e PSB
- Eduardo Campos, Lobão, Renan e Cabral na lista de beneficiados por esquema na Petrobras
A presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo (7) que não existem suspeitas sobre seu governo, uma vez que ninguém ainda foi formalmente acusado na investigação da operaçãoLava Jato, da Polícia Federal. "[Uma reportagem] não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado", disse a petista. Ela afirmou ainda que não recebeu, de maneira oficial, informações sobre as denúncias, em regime de delação premiada, feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O ex-diretor citou à Polícia Federal os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), como beneficiários de um esquema de suborno na Petrobras, segundo a revista Veja. Sem dar detalhes nem valores, a revista diz que o ex-diretor também ligou à propina o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e Eduardo Campos, presidenciável do PSB morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP).
Na lista do ex-executivo, preso há três meses e que fez delação premiada para reduzir sua pena, aprecem o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, suposto elo do esquema com o partido. Alguns citados negaram participação no esquema, e outros não se manifestaram. As menções de Costa, acusado de liderar esquema de desvios na Petrobras, repercutiram de imediato na campanha presidencial.
A presidente afirmou que ainda não cobrou explicações de Lobão e voltou a dizer que não tem informações concretas sobre as supostas irregularidades. A petista disse ainda que caso exista envolvimento de pessoas do seu governo, ela irá tomar as medidas necessárias. "Ao ter os dados eu tomarei todas as providências cabíveis, tomarei todas as medidas, inclusive, se tiver que tomar medidas mais fortes", concluiu.
Críticas à Marina
A presidente Dilma Rousseff aproveitou recuos da candidata Marina Silva em relação a alguns pontos de suas propostas eleitorais para criticar a adversária. Mesmo sem citar o nome da ex-senadora, Dilma disse que seu governo não muda de posição "todo dia". "O que acontece com meu governo e comigo é que nós não mudamos de posição todos os dias, todos os santos dias. Quando a gente afirma uma coisa agora a gente repete a coisa às 18h e no dia seguinte", disse.
A crítica de Dilma faz referência ao fato de Marina ter retirado de seu plano de governo o apoio ao casamento gay e ter mudado de opinião para passar a defender a impossibilidade de punir militares beneficiados pela Lei da Anistia.Dilma ainda disse que as críticas que tem feito a Marina não podem ser interpretadas como agressões pela adversária, pois fazem parte do debate democrático. "Nós não queremos agredir, queremos fazer um debate qualificado".
As declarações foram dadas na residência oficial da presidente, em Brasília, após ela receber um grupo de jovens ligados a movimentos sociais, culturais e de direitos LGBTs.
Eles queriam que Dilma se dissesse a favor de um plebiscito para a formação de uma assembleia constituinte exclusiva para fazer a reforma política. A presidente preferiu não assinar o documento, mas disse ser favorável, de maneira ampla, a plebiscitos, e repetiu que uma reforma política deve ser feita no Brasil.
Nova equipe
Questionada sobre nomes que levaria para sua equipe ministerial num eventual novo governo, a presidente disse que só pensaria nisso no dia 1º de janeiro e caso fosse eleita. De toda forma, disse que terá uma equipe nova, mesmo que alguns dos nomes atuais permaneçam nos postos. "Um governo novo fará uma equipe nova. As pessoas que vão compor essa equipe podem vir do governo anterior, mas é uma nova equipe".
Deixe sua opinião