Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de abertura oficial da colheita da safra brasileira de grãos 2013/2014 em Lucas do Rio Verde (MT)| Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Divulgação

Aécio rebate Dilma e diz que PT está à beira de ataque de nervos

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), rebateu nesta terça-feira (11) as críticas da presidente Dilma Rousseff à oposição ao afirmar que o PT está "à beira de uma crise de ataque de nervos". Aécio disse que Dilma foi protagonista de um evento partidário, na segunda à noite, confundindo sua atuação com a de presidente. "Está muito cedo para um partido preocupado com o cenário eleitoral mostrar tanto desequilíbrio. Em relação às ofensas, a minha boa formação mineira me impede de respondê-la no mesmo tom", afirmou o tucano.

Numa crítica ao presidente do PT, Rui Falcão, Aécio disse que o petista deveria falar sobre a crise de energia que atinge o país e as deserções no programa Mais Médicos e não usar seu discurso no evento para atacar a oposição. "Assistimos de forma patética uma sucessão de neologismos desencontrados que remontam aos mais gloriosos tempos dos aloprados. Devem vir dossiês fajutos. O PT protagonizou não uma festa, um evento partidário, mas inspirado talvez em Almodóvar, assistimos ali um partido à beira de uma crise de nervos", afirmou.

Leia mais

CARREGANDO :)

Campos usa Facebook para reafirmar críticas a Dilma

O governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência Eduardo Campos postou e recomendou, na manhã desta terça-feira (11), na sua página do Facebook, a leitura de uma entrevista com o empresário Pedro Passos, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 8, em que ele afirma ser "preciso reconhecer que o modelo se esgotou".

Leia mais

Veja também
  • Justiça nega pedido de João Paulo Cunha para estudar
  • Barbosa derruba decisão de Lewandowski sobre IPTU
  • Stedile critica aliança de Dilma com Kátia Abreu e defende reforma política
  • Justiça veta cessão de terreno para Instituto Lula
Publicidade

Em uma nova crítica indireta à oposição, desta vez em discurso no interior de Mato Grosso, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (11) que os "pessimistas de sempre" serão derrotados. Ela participou da abertura oficial da colheita da safra de grãos 2013/2014, em Lucas do Rio Verde (MT), que deve atingir o recorde de 193 milhões de toneladas. Dilma afirmou que o resultado representa "mais do que um momento de alegria".

"É também a certeza no futuro desse nosso país, a certeza de que temos competência, capacidade e que aqueles pessimistas de sempre serão derrotados por essa força enorme que emana do nosso povo", declarou a petista.

Na segunda-feira, durante comemoração dos 34 anos do PT, em São Paulo, Dilma já havia atacado, sem citar nomes, seus possíveis adversários na campanha presidencial deste ano: o senador Aécio Neves, do PSDB, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB. Chamou os opositores de "pessimistas" e "cara de pau".

"Esses pessimistas agora aproveitam alguns desequilíbrios da conjuntura internacional, muito difícil para todos os países, para dizer que o fim do mundo chegou. O fim do mundo chegou sim, mas chegou para eles, e isso faz muito tempo", discursou ontem a presidente, que também disse que "eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou".

Burocracia ibérica

Publicidade

Em Mato Grosso, Dilma afirmou também que o Brasil precisa reduzir a burocracia e que o país é marcado pela tradição "do selo e do carimbo" herdada da colonização portuguesa. "Nós temos uma tradição de burocracia, que eu chamo a tradição do selo e do carimbo, que infelizmente é um pouco ibérica, sem falar mal dos nosso colonizadores", afirmou Dilma.

A petista disse contar com as reclamações da plateia, formada por produtores rurais, de que "tem papel demais nesse país", e declarou que a simplificação de processos não pode favorecer a corrupção nem afrouxar exigências de preservação ambiental. "Nós temos que simplificar processos, não para diminuir a fiscalização, não para deixar malfeito acontecer, não para destruir o meio ambiente, mas, pelo contrário, para acabar com a multiplicidade das exigências desnecessárias.

Dilma é alvo de protesto e recebe reivindicações de agricultores

A presidente Dilma Rousseff enfrentou protesto de servidores federais e recebeu uma longa lista de demandas dos agricultores locais. A recepção para a presidente foi organizada em meio a um centro de pesquisas agrícolas distante oito quilômetros do centro de Lucas do Rio Verde, cidade localizada a 350 km de Cuiabá e um dos polos do agronegócio do país.

Pouco antes do lançamento simbólico da colheita, Dilma se reuniu com entidades representantes do agronegócio em Mato Grosso. Eles entregaram uma carta com oito páginas de reivindicações para "demandas emergenciais", principalmente na área de infraestrutura.

Publicidade

Na carta, assinada por cinco entidades representativas, o chamado Fórum Agro MT cobra investimentos e diz que "muita coisa ainda precisa ser feita". "Um dos problemas encontrados é a péssima condição das estradas em todas as regiões de produção", diz trecho do documento.

Em seu discurso, a presidente mencionou alguns dos pontos contidos no documento, como a necessidade de implantação da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, que vai ligar a região médio-norte do Estado aos trilhos da Ferrovia Norte-Sul. "Eu tenho fixação por ferrovias", disse Dilma.Os agricultores cobraram, ainda, mais investimentos em hidrovias, portos, defesa vegetal e animal e segurança nas fronteiras. Também pediram a revisão do processo de demarcação e ampliação de terras indígenas, além da regulamentação do novo Código Ambiental.

Grevistas

Cerca de 30 grevistas dos Correios assistiram ao evento com faixas contra o que afirmam ser a "privatização" do CorreiosSaúde, atual sistema de convênio médico da empresa. Ao final do discurso da presidente, o grupo, até então silencioso, protestou aos gritos: "Não, não, não, PostalSaúde não".

PostalSaúde é o nome da nova operadora do plano médico dos Correios. Em nota, a empresa diz que se trata de uma "caixa de assistência e saúde, criada, patrocinada e mantida pela ECT [Empresa de Correios e Telégrafos], sem fins lucrativos".

Publicidade

O objetivo, segundo a empresa, é "proporcionar ações rápidas para o aprimoramento da gestão do CorreiosSaúde". "Não haverá nenhuma alteração no plano de saúde dos trabalhadores dos Correios", diz trecho da nota. Quando viram que a presidente deixava o espaço montado para a solenidade, os grevistas voltaram a protestar: "Ei, Dilma, olha para os Correios".

A manifestação motivou um coro contrário de grandes produtores, que ocupavam um espaço reservado logo à frente do palco. "Olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma", gritaram, em resposta aos manifestantes.