O governo vai negociar com o Congresso e a presidente da República vai atuar como uma articuladora política. A presidente aproveitou a posse dos novos ministros das Relações Institucionais, Ideli Salvati, e da Pesca, Luiz Sérgio, para dizer que comandará as negociações necessárias para a aprovação dos projetos de interesse do governo no Congresso.
Na tentativa de deixar claro o recado sobre a nova forma que pretende dar ao governo, agora que fez uma minirreforma ministerial e mudou a Casa Civil e a coordenação política, afirmou que não vê "dicotomia entre um governo técnico e um governo político". E acrescentou, lançando pontes de negociação sobre os outros Poderes: "A afinidade do meu governo com a política se manifesta no imenso respeito pelo Congresso Nacional e pelo Poder Judiciário".
Segundo Dilma, a experiência mostra que nenhum país do mundo conseguiu um elevado padrão de desenvolvimento sem eficiência nas suas atividades governamentais e absorção das técnicas mais avançadas disponíveis. Ela buscou até dispensar a fama de "gerentona". Disse que tem convicção de que as decisões políticas constituem a base das opções governamentais. Lembrou que o governo dispõe de ampla maioria em sua base e prometeu respeitar as minorias.
O Congresso espera a retribuição das promessas de mudança da presidente em forma de cargos e emendas parlamentares. O líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza (PT-SP), elogiou o discurso de Dilma. E fez cobranças para a manutenção do clima de paz. "De urgente temos de ver a liberação das emendas dos parlamentares e as nomeações para o segundo e terceiro escalões com os nomes oferecidos pelos partidos aliados". A retomada das nomeações começou na sexta-feira, 10, quando Dilma Rousseff atendeu aos pedidos do PSB, PT e PMDB e pôs Jurandir Santiago na presidência do Banco do Nordeste.
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