A presidenta Dilma Rousseff inaugura o navio Dragão do Mar e batiza o navio Henrique Dias no Estaleiro Atlântico Sul nesta segunda-feira (14) em Ipojuca (PE)| Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Divulgação

Graça Foster cancela depoimento em comissão da Câmara

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, cancelou sua participação na audiência pública que faria na Comissão de Fiscalização da Câmara para explicar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), na tarde desta terça-feira (15). Contudo, até o momento, está confirmada a audiência nesta terça pela manhã em sessão conjunta nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Fiscalização do Senado.

Os governistas apostam no depoimento de Graça Foster no Senado para barrar a instalação da CPI da Petrobras. Eles avaliam que com os esclarecimentos dela não será necessária a criação da comissão para investigar a estatal. O principal foco da oposição é apurar o envolvimento da presidente Dilma Rousseff na compra da refinaria norte-americana.

Conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou no mês passado, Dilma votou, quando comandava o Conselho de Administração da estatal, a favor da operação mesmo tendo se embasado em um resumo falho e incompleto. Em 2012, a estatal concluiu a compra da refinaria e pagou ao todo mais de US$ 1,2 bilhão por Pasadena que, sete anos antes, havia sido negociada por US$ 42,5 milhões à ex-sócia belga.

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Paulo Roberto Costa tentou negócio com controlador de frigorífico

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava Jato, tentou levar o controlador do frigorífico JBS (J&F) para investir numa empresa que opera barcos de apoio para a Petrobras, a Astromarítima. J&F e Astromarítima disseram que foram procurados por Costa. As empresas fizeram apenas uma reunião, mas não houve interesse do controlador do frigorífico em fazer o investimento.

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Renan Calheiros defende criação de CPI ampliada da Petrobras

O presidente do Senado, Renan Calheiros, defendeu a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) ampla, para investigar os contratos dos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal, supostas irregularidades no Porto de Suape (PE) e suspeitas de fraudes em convênios com recursos da União, além das denúncias de irregularidades na Petrobras.

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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (14) que defenderá a Petrobras com "todas as forças" diante dos que querem tirar proveito político e que combaterá qualquer tipo de corrupção envolvendo a estatal. "Como presidenta, mas sobretudo como brasileira, eu defenderei em quaisquer circunstâncias e com todas as minhas forças a Petrobras", disse em cerimônia de batismo e viagem inaugural de navios petroleiros em Ipojuca (PE). A empresa tem sido alvo de denúncias de irregularidades, e partidos de oposição no Congresso tentam instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as suspeitas que recaem sobre a estatal, incluindo suposto superfaturamento na compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, entre outras denúncias.

"Não transigirei em combater todo tipo de malfeito, ação criminosa, tráfico de influência, corrupção ou ilícito de qualquer espécie, seja ele cometido por quem quer que seja. Mas, igualmente, não ouvirei calada a campanha negativa dos que por proveito político não hesitam em ferir a imagem desta empresa", disse a presidente. Dilma disse ainda que estão errados os que apontam para uma desvalarização e perda de importância da Petrobras, afirmando que haveria uma deliberada distorção de informações conjunturais de mercado, com o objetivo de denegrir a imagem da empresa. "Manipulam dados, distorcem análises, desconhecem deliberadamente a realidade do mercado mundial de petróleo para transformar eventuais problemas conjunturais de mercado em supostos fatos irreversíveis e definitivos", disse a presidente.

No discurso, a presidente defendeu a Petrobras das denúncias, criticou a "campanha negativa" que, segundo ela, estaria sendo feita contra a estatal, e afirmou que atos pontuais não vão destruir a empresa. "Vocês [trabalhadores da Petrobras] são de fato vencedores. Fazem parte de uma empresa vencedora. Nada, nem ninguém, vai conseguir destruir isso no nosso país. Nós sabemos que é a maior e mais bem-sucedida desse país. Esse título deve-se ao apoio ao povo brasileiro, que sempre lutou e se orgulho pela Petrobras", disse.

Dilma afirmou ainda que a empresa já é investigada por órgãos como a Controladoria Geral da União (CGU) e Polícia Federal e defendeu uma apuração rigorosa de "malfeitos". "Mais que uma empresa, a Petrobras é um símbolo da luta do nosso povo, da afirmação do nosso país, e um dos maiores patrimônios de cada um dos 200 milhões de brasileiros. Por isso, a Petrobras jamais vai se confundir com qualquer malfeito, ato de corrupção ou qualquer ação indevida, que quaisquer pessoas, das mais às menos graduadas. Nós estamos com determinação aqui nos comprometendo a cada dia que passar, vai ser apurado com o máximo de rigor. O que tiver de ser punido, será com o máximo de rigor."

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Em crítica velada à oposição, Dilma diz que há pessoas "trabalhando contra" a estatal. "Não podemos permitir, como brasileiros, que amam essa empresa, que defendem esse país, que se utilizem de ações individuais e pontuais, mesmo que que grave, que se destrua a nossa empresa ou suje a imagem. Ou confundir quem trabalha a favor e quem trabalha contra." A presidente ainda disse que os governos petistas, dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aumentaram os índices de produtividade da empresa. "Está errado dizer que a Petrobras está perdendo valor comercial. Manipulam dados, distorcem fatos e desconhecem a realidade do mercado mundial de petróleo. Em 2003, ela valia R$ 15,5 bilhões e hoje o valor chega a R$ 98 bilhões. Nós multiplicamos por seis o lucro líquido, que passou de R$ 8,1 bilhões para R$ 23,6 bilhões", assegurou. A presidente não citou quem estaria manipulando os dados.

Ao encerrar o discurso, Dilma criticou a "campanha negativa" sobre a estatal. "Como presidenta, mas sobretudo como brasileira, defenderei em qualquer circunstâncias e com todas as minhas forças a Petrobras. Vou combater todo tipo de malfeito, tráfico de influência, corrupção, ou ilícito de qualquer espécie. Mas não ouvirei calada a campanha negativa que quer, por proveito político, ferir a imagem dessa empresa. A Petrobras é maior que qualquer um de nós. Ela tem o tamanho do Brasil", disse, ao fim do discurso, sendo aplaudida pelos operários, que cantaram o coro "olê, olê, olê, olá. Dilma, Dilma".

Ela afirmou ainda que "no início diziam" que o país não tinha petróleo e depois, "ironicamente", segundo a presidente, pelo Brasil ter petróleo demais, defendeu-se a privatização da empresa. "De forma muito sorrateira prepararam todo um processo que, se não interrompido, acabaria por conduzi-la fatalmente a mãos privadas. De tão requintado esse processo, chegou a fazer parte até a troca do nome, que seria Petrobrax, sonegando a sílaba que é a nossa identidade e a nossa nacionalidade: bras, de Brasil."

As tentativas de sucateamento, disse Dilma, deixaram marcas profundas na empresa e na cadeia de petróleo. "Por anos seguidos o favorecimento à importação de navios e plataformas, a falta de planejamento e a ausência de uma política de conteúdo nacional trouxeram sérios problemas para os fornecedores nacionais. A redução dos investimentos em geral, em especial em tecnologia, a baixa valorização e renovação do capital humano corroeram essa grande empresa, mas ela teve força para resistir" emendou.

Complexo Portuário de de Suape

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Em Pernambuco, a presidente participa da cerimônia alusiva à viagem inaugural do navio Dragão do Mar e do batismo do navio Henrique Dias, no Estaleiro Atlântico Sul. À tarde, no mesmo momento em que Eduardo Campos lança pré-candidatura, Dilma vai a Serra Talhada (a 413 km do Recife) para inaugurar a 1ª etapa e a ordem de serviço da 2ª etapa da Adutora Pajeú e para o lançamento do edital do Ramal do Agreste.

A solenidade acontece no Complexo Portuário de de Suape, que ganhou destaque no noticiário político nos últimos dias por ter sido incluído pelo Senado na ampla CPI da Petrobras.

Dilma ainda defendeu a presidente de Petrobras, Graça Foster, que deve ser ouvida no Senado nesta quarta-feira (16). "No início do governo Lula, eu ministra e ela, secretária nacional de Petróleo e Gás, ela comigo iniciou esse projeto de conteúdo local. Deu muito de seu esforço para que se tornasse realidade. Cumprimento ela de forma toda especial", afirmou.

Acreditamos "mil vezes" na empresa, diz Foster

A presidente da Petrobras, Graça Foster, pediu nesta segunda apoio a funcionários da estatal e disse acreditar "mil vezes" na empresa. "Nós acreditamos na Petrobras, acreditamos na Petrobras, acreditamos mil vezes na Petrobras. Isso é prova que amamos muito o Brasil. Nesse momento quero apenas pedir muita energia de vocês", afirmou.Foi o primeiro discurso público da presidente da Petrobras desde o início da onda de denúncias e da crise política envolvendo a empresa.

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Sem fazer menções diretas às denúncias envolvendo a empresa, Foster disse ainda que tem lido na imprensa "muitas notícias positivas sobre a Petrobras". Afirmou que essa suposta visibilidade positiva é "fruto do investimento e opção do governo federal em investir no país".

Graça Foster elogiou os funcionários presentes à cerimônia e disse ter "certeza" de que continuarão "crescendo e fortalecendo" a empresa. "Vocês são responsáveis por tudo que conseguimos até aqui. E tenho certeza que vamos continuar juntos crescendo e fortalecendo esta empresa. Pois esta é uma opção do governo federal feita desde 2003 pelo presidente Lula e continuada pela presidente Dilma."