A presidente Dilma Rousseff só deve começar a aguardada reforma ministerial, substituindo ao menos dez membros do primeiro escalão, depois de retornar das viagens internacionais que fará neste mês, disseram fontes do Palácio do Planalto. Dilma viaja no dia 22 a Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, e depois vai a Havana, em Cuba, para reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e, em seguida, participa de encontro do Mercosul, em Caracas, na Venezuela. A reunião em Cuba ocorrerá dia 26 e a do Mercosul estava prevista para dia 31, mas a data vai ser alterada.

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Com isso, a maior parte das trocas deve ocorrer em fevereiro, quando o Congresso já estará de volta aos trabalhos. Uma das fontes do Planalto afirmou, sob condição de anonimato, que Dilma deve começar as mudanças pelo comando da Casa Civil. Gleisi Hoffmann deixará a pasta para se candidatar ao governo do Paraná.

Segundo essa fonte, a tendência é que Aloizio Mercadante, atual ministro da Educação, seja escolhido para substituí-la, mas a presidente ainda não teria batido o martelo. Se a mudança se confirmar, há pelo menos duas possibilidades sendo estudadas: efetivar o atual secretário-executivo José Henrique Paim ou transferir a ministra da Cultura, Marta Suplicy, para o posto.

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A maior parte das mudanças será feita usando a lógica eleitoral, garantindo também o ingresso de novos aliados no primeiro escalão para formar um grande arco de alianças visando a disputa à reeleição. Nesse sentido, o recém-criado Partido Republicano da Ordem Social (Pros) pode ganhar um ministério.

Dilma, porém, tem mantido nomes e negociações em sigilo e só teve uma conversa um pouco mais abrangente sobre a reforma nesta quinta-feira com o vice-presidente Michel Temer.

Segundo um peemedebista, no entanto, Dilma teria dito a Temer apenas que vai dar início às conversas e negociações para a reforma a partir da próxima segunda-feira.

A presidente deve manter os atuais ministérios comandados pelo PMDB (Turismo, Agricultura, Aviação Civil e Minas e Energia) sob a órbita do principal aliado do governo no Congresso, segundo uma das fontes do Planalto. A tendência, segundo essa fonte, é que o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) seja nomeado ministro da Integração Nacional, como deseja a legenda. A pasta estava com o PSB, que desembarcou do governo em setembro.

O PMDB ainda não recebeu esse indicativo, segundo a fonte da legenda, que falou sob condição de anonimato. O partido reivindica desde o início do governo a ampliação do número de ministérios sob seu controle e com a saída do PSB essa cobrança voltou com toda força.

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A fonte do PMDB afirmou ainda que a bancada da Câmara cogita dois nomes para substituir os ministros que deixarão os cargos para disputar eleições. Para o lugar de Gastão Vieira (Turismo), um dos nomes ventilados é o do deputado Sandro Mabel (GO), que teria ainda que receber o aval do líder da bancada, deputado Eduardo Cunha (RJ).

Na Agricultura, é possível que o partido indique o deputado Silas Brasileiro (MG), que é suplente do atual ministro, Antônio Andrade. Brasileiro é empresário do meio rural.

Não há confirmação, porém, de que Dilma já tenha recebido essas indicações de Temer. O único nome que já teria sido levado pelo partido à presidente é o de Vital do Rêgo.

Também devem deixar o governo os ministros Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Maria do Rosário (Direitos Humanos), Alexandre Padilha (Saúde) e Marcelo Crivella (Pesca).

Não serão feitas mudanças na equipe econômica, segundo as fontes. No final do ano passado Dilma já havia garantido que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não será substituído. "No que se refere ao ministro Guido, pela vigésima ou trigésima vez, eu reitero que o ministro Guido está... ele está perfeitamente no lugar onde ele está", disse Dilma a jornalistas em dezembro.

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Dilma pode trocar ainda a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o ministro interino dos Portos, Antonio Henrique Pinheiro Silveira.