Manoel Dias, é um dos fundadores do PDT
O novo ministro do Trabalho, Manoel Dias, é natural de Santa Catarina e chegou a ser cotado para ocupar a pasta no lugar do então ministro Carlos Lupy. Atualmente, é secretário geral do PDT.
Maneca, como também é conhecido, é um dos fundadores do PDT. Foi companheiro fiel do ex-governador Leonel Brizola e discípulo e amigo de Doutel de Andrade. Manoel Dias foi líder estudantil até entrar na política partidária e disputar a primeira eleição para vereador. Por duas vezes foi cassado no regime militar. A primeira quando era vereador, em 1964, com base no Ato Institucional nº 1, e a segunda, em 1969, quando era deputado estadual de Santa Catarina pelo Ato Institucional nº 5.
Antes de ser indicado ministro do Trabalho, Dias vinha se dedicando à construção do PDT em todo o território nacional. Em 2010, ele foi candidato a vice-governador de Santa Catarina na coligação encabeçada pela então deputada Angela Amin (PP).
Aécio diz que Dilma muda ministério por tempo de TV na eleição
Virtual candidato à Presidência em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou uma nota para criticar a reforma ministerial. Segundo o tucano, a troca nos ministérios serve apenas para que a presidente garanta apoio dos partidos da base na eleição.
"Ao que parece, a prioridade é garantir alguns segundos a mais na propaganda eleitoral ao invés de fazer o governo funcionar. Quem paga a conta sempre são os brasileiros", afirma Aécio.
A presidente Dilma Rousseff oficializou nesta sexta-feira (15) trocas em três ministérios: Moreira Franco (PMDB-RJ) irá para a Aviação Civil, o deputado federal Antônio Andrade (PMDB-MG) para Agricultura e Manoel Dias (PDT) para o Trabalho. As mudanças fazem parte da reforma ministerial da presidente. A posse dos novos ministros será amanhã às 10h porque a presidente viaja à Itália para a missa de primeira missa do novo papa, na terça-feira (19).
Em nota, Dilma agradeceu "a dedicação, o empenho e os inestimáveis serviços prestados pelos ministros Mendes Ribeiro, Brizola Neto e Wagner Bittencourt em suas áreas" e desejou "bom trabalho" nas "importantes missões" dos novos ministros. Dilma disse ainda que continuará contando com o apoio e confiança dos três ministros que deixam a Esplanada.
A reforma de Dilma segue uma lógica eleitoral, na tentativa assegurar palanques para ela própria e também para aliados do governo nos Estados em 2014.Ministro do Trabalho desde maio do ano passado, Brizola Neto não ficou nem um ano no cargo. Ele cede a vaga na Esplanada para o secretário-geral do PDT, numa vitória de seu principal desafeto político, o presidente nacional do partido e ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Dias conversou com Dilma nesta sexta à tarde, mas deixou o Planalto sem dar entrevistas. Foi orientado a dar declarações somente depois que o governo divulgasse uma nota oficial anunciando as mudanças. Lupi, que participaria do encontro com a presidente, não conseguiu voar do Rio para Brasília a tempo da conversa.
Manoel Dias entra na cota do partido, ao contrário de Brizola Neto, que fazia parte de uma espécie de "cota pessoal" de Dilma depois que Lupi deixou a pasta sob suspeita de irregularidades. Ele assumiu o cargo com a missão de unificar o PDT, mas, como não conseguiu apaziguar a guerra interna, Dilma decidiu restabelecer o controle de Lupi sobre a pasta na tentativa de ter a legenda ao seu lado em 2014.
Nesta sexta, Brizola Neto teve uma longa e emocionada conversa com a presidente. Antes, almoçou, tomou banho e fez a barba para falar com Dilma. Segundo assessores próximos, ele avalia que a presidente precisava fazer as mudanças por uma questão eleitoral. De olho nas próximas eleições, Dilma também promoveu uma "dança das cadeiras" nas pastas ocupadas pelo PMDB, que ganhou mais um cargo na Esplanada.
O novo ministro prometeu modernizar a pasta. "Tem que ser moderno, informatizado, confortável. Vamos fazer um grande plano de transformar essa ponta num órgão referência onde o trabalhador se sinta confortável, bem atendido e se emocione com isso", prometeu ao se referir sobre a busca de carteiras de trabalho.
O deputado federal Antônio Andrade (PMDB-MG) substitui Mendes Ribeiro na Agricultura. Sem ministério, o PMDB mineiro ameaçava migrar para o grupo que apoia o senador tucano Aécio Neves, potencial candidato da oposição à Presidência. Com a escolha do peemedebista para a Agricultura, Dilma não apenas anula o concorrente como fortalece uma possível candidatura ao governo de Minas do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), que trabalha para colocar mais um mineiro na Esplanada --políticos de Minas estão de olho no Ministério de Ciência e Tecnologia.
Mendes Ribeiro, em tratamento contra um câncer, volta para a Câmara dos Deputados. Inicialmente, ele havia possibilidade dele aceitar a Secretaria de Assuntos Estratégicos no lugar do ministro peemedebista Moreira Franco, que deve ser nomeado para a Secretaria de Aviação Civil. A SAE fica, por ora, sendo comandada pelo secretário executivo da pasta.
Inicialmente, a presidente Dilma tinha pensado em abrigar na SAC, que tem status de ministério, o PSD. Mas o PMDB insistiu em ampliar seu espaço no governo. Moreira Franco é próximo do líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha, articulador que convém ao governo manter sob como aliado absoluto. Com essa mudança, Wagner Bittencourt, considerado um nome técnico, deve deixar o primeiro escalão do governo.Há ainda duas mudanças pendentes na reforma ministerial de Dilma: acomodar o PR e o PSD.
A recém-criada Secretaria de Micro e Pequenas Empresas deve ficar com PSD. O principal nome da legenda, Gilberto Kassab, não quer que o cargo seja entregue ao partido agora para evitar que a nomeação seja interpretada como parte das negociações eleitorais de Dilma.Apesar de o ministro dos Transportes, Pedro Passos, ser filiado ao PR, a legenda o considera como cota pessoal de Dilma. O partido insiste em ampliar seu espaço na Esplanada.
Agricultura
Em reunião com o vice-presidente Michel Temer, nesta sexta-feira (15) a presidente Dilma Rousseff definiu que deputado federal Antônio Andrade, presidente do PMDB de Minas Gerais, irá para o Ministério da Agricultura.
Andrade (PMDB-MG), afirmou que a presidente Dilma Rousseff está "muito otimista" com a economia do país. O presidente do PMDB de Minas Gerais disse que "há muita coisa boa para fazer" no governo. "Sou um produtor rural e assumir o ministério será um desafio", comentou, após o encontro com Dilma, no Palácio do Planalto, na noite desta sexta-feira.
Para o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), as mudanças de ministérios do PMDB "reforçam" a parceria do partido com o governo. "É uma aliança muito sólida", afirmou Alves.
O deputado Antônio Andrade, é natural de Patos de Minas e está em seu segundo mandato como deputado federal pelo PMDB. Andrade substitui na pasta o também deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), que vai retomar o mandato.
O novo ministro é engenheiro civil e produtor rural. Começou a carreira política como prefeito de Vazante (MG) no período de 1989 a 1992. Depois foi deputado estadual em Minas por três legislaturas. Membro da bancada ruralista na Câmara, Andrade ocupou a presidência da Comissão de Finanças e Tributação até o último dia 7.
Antônio Andrade foi presidente do Sindicato Rural de Vazante, presidente da Associação Microrregional dos Municípios do Noroeste de Minas Gerais e diretor da Associação Mineira de Municípios.
Como deputado federal, o novo ministro integrou as comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, de Minas e Energia, de Finanças e Tributação, de Constituição e Justiça, de Desenvolvimento Econômico, e ainda a comissão especial Agroindústria e Produtor Rural. Também integrou Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva do Leite, entre outras.
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