A presidente Dilma Rousseff pediu aos empresários brasileiros que estão atuando na África que se preocupem não só com o valor econômico dos projetos, mas também com apoio social aos países para preservar a imagem do Brasil na região. Para a presidente, "não pode existir apenas a visão da exploração, é preciso que se deixe um legado para o país", disse Marcelo Odebrecht, um dos representes das empresas que estão investindo e trabalhando na África.

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Dilma se reuniu com cerca de dez empresários, entre eles, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, e representantes da Queiroz Galvão, da Camargo Corrêa e da Odebrecht. A presidente queria todos os detalhes sobre o investimento de cada empresa nas países africanos e abriu uma discussão sobre a estratégia brasileira dos diferentes setores também para Angola, para onde estava seguindo viagem.

André Clark, vice presidente de novos negócios da Camargo Corrêa explicou que Moçambique é a prioridade para a empresa, na realização de projetos estruturantes. O presidente da Vale, Murilo Ferreira, por sua vez, informou à presidente que a empresa está concluindo um investimento de US$ 1,8 bilhão na exploração de uma mina de carvão e que já está prevista a sua ampliação, que custará US$ 3 bilhões. A empresa está ainda construindo 210 quilômetros de estrada de ferro que servirá para escoar carvão mineral e um porto para exportação do carvão, orçado em R$ 1 bilhão. Com isso, explicou, a Vale vai dobrar de 11 milhões para 22 milhões a produção de carvão em Moçambique até 2014.

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Murilo Ferreira contou que Dilma ficou particularmente entusiasmada com o fato de parte do carvão produzido na África ser exportado para o Brasil. Isso, segundo ele, poderá ajudar a diminuir o desequilíbrio da balança comercial entre Brasil e Moçambique, totalmente favorável ao Brasil. Hoje, 309 empresas brasileiras exportam para Moçambique. O Brasil vende principalmente frango, tratores, reboques, móveis, pisos e revestimentos. Os empresários disseram que a presidente não tratou de assuntos de macroeconomia. "Não falamos nem de juros nem de crescimento. Ela queria conhecer os projetos de cada empresa e os investimentos nos países", comentou o presidente da Vale.