A presidente afastada Dilma Rousseff prepara uma carta para os senadores ainda indecisos quanto à votação final do processo de impeachment e para a base social do PT, que foi às ruas defendê-la. A ideia é divulgá-la na próxima semana.
O assunto foi discutido mais uma vez na noite desta quinta-feira (7), no Palácio da Alvorada, em reunião de Dilma com presidentes de partidos aliados, integrantes de movimentos sociais e o ex-ministro Ricardo Berzoini.
Em um aceno aos senadores indecisos, Dilma pretende apoiar a realização de um plebiscito sobre a convocação de novas eleições e sobre reforma política. Também deve se comprometer com o equilíbrio fiscal, caso retome seu mandato.
Para afagar a base petista, ela deve reafirmar compromissos sociais e prometer, por exemplo, a manutenção da política de reajuste do salário mínimo. No documento, a presidente afastada deve fazer uma avaliação do legado petista e afirmar que pretende, caso reassuma a presidência, retomar o programa que a reelegeu em 2014. Dilma era alvo de críticas de movimentos sociais e do sindicalismo pela política econômica implementada em seu segundo mandato.
A cúpula petista considera a volta de Dilma “improvável”, mas, mesmo assim, aposta no desgaste do governo interino de Michel Temer, principalmente com os desdobramentos da Lava Jato, que já derrubou três ministros.
“Estou otimista, mas realista”, resume uma liderança petista.
O PT está dividido sobre a melhor estratégia a adotar em relação ao processo de impeachment. Senadores do partido defendem o plebiscito, que não conta com o entusiasmo da direção do partido. Essa última aposta na divulgação da carta. A cúpula do partido considera ruim politicamente a defesa do plebiscito e inviável do ponto de vista prático. O trâmite no Congresso para viabilizar a realização da consulta popular é difícil e demorada.
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