Ferrenho defensor da integração entre público e privado para o desenvolvimento científico e tecnológico, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, já recebeu avisos informais do Palácio do Planalto de que deve comandar o Ministério da Ciência e Tecnologia. Nesta terça-feira, Raupp tratou da provável transferência com o atual ministro Aloizio Mercadante, que assumirá o Ministério da Educação na vaga de Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura de São Paulo. É da presidente Dilma Rousseff a preferência por um nome técnico no lugar de Mercadante, a despeito da pressão do PT para indicar um substituto político.
Raupp se impôs justamente pelo perfil técnico e gerencial, o que enfraqueceu o deputado federal Newton Lima (PT-SP), ex-reitor da Universidade de São Carlos e nome preferido pelos petistas. Físico, Raupp tem larga trajetória no meio científico. É presidente licenciado da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Conheceu o ex-presidente Lula quando esteve à frente da SBPC e manteve afinidade com o petista. Também comandou o Parque Tecnológico de São José dos Campos, polo de desenvolvimento da indústria de inovação no Brasil.
Em dezembro de 2010, Dilma escolheu Raupp para assumir a difícil tarefa de reorganizar o Programa Espacial Brasileiro. O cientista de Cachoeira do Sul (RS) se dedicou aos três pilares do programa: o projeto Cyclone, para o lançamento de um foguete ucraniano da base de Alcântara (MA); o desenvolvimento do satélite geoestacionário de comunicações; e a correção de rota para a concepção de um foguete brasileiro, o VLS. O governo negocia um nome de fora para substituir Raupp na AEB.
Dilma também estuda nome técnico para vaga de Iriny
Determinada a fazer uma reforma restrita, a presidente deve oficializar em breve as trocas nos ministérios da Educação e Ciência e Tecnologia, até mesmo para evitar mais especulações sobre essas duas vagas. Dilma voltou a dizer, nas conversas desta terça-feira, que quer um perfil técnico para o lugar de Mercadante. Ela resiste ao movimento do PT de São Paulo, que tenta emplacar no cargo o deputado Newton Lima ou a senadora Marta Suplicy (PT-SP).
Dilma também sinalizou que pretende usar critério semelhante para a substituta da ministra Iriny Lopes na Secretaria de Política para Mulheres: demonstrou preferência por um nome representativo da sociedade, apesar da tendência petista Articulação de Esquerda pressionar para fazer o sucessor.
O Planalto deve consultar o PDT para discutir o substituto do ministro interino do Trabalho, Paulo Roberto Pinto, que ocupa a vaga deixada por Carlos Lupi. O preferido de Dilma seria o deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). Outro nome que tem sua simpatia é o do deputado Brizola Neto (PDT-RJ). Mas ele é visto no Planalto como muito jovem. Já o ex-ministro Lupi manifestou preferência pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE).
Para o Ministério das Cidades, Dilma tem reafirmado sua preferência pelo retorno do ex-ministro Márcio Fortes no lugar do ministro Mário Negromonte, mesmo sabendo que há forte resistência do PP a sua opção.
Outras mudanças serão deixadas para um segundo momento, após as eleições municipais. Nesta terça-feira, auxiliares foram taxativos em relação à permanência do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Esclareceram que por causa do tratamento de sua mulher para combater um câncer, Mantega ficaria parte da semana no escritório da Fazenda em São Paulo. Também tem sido confirmada a permanência do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, no governo.
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