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Dilma Rousseff era uma das convidadas mais esperadas para a abertura dos trabalhos no Congresso e foi muito assediada,  distribuindo sorrisos e beijos em parlamentares | Wilson Dias/ABr
Dilma Rousseff era uma das convidadas mais esperadas para a abertura dos trabalhos no Congresso e foi muito assediada, distribuindo sorrisos e beijos em parlamentares| Foto: Wilson Dias/ABr

Postura

Sarney promete "transparência, moralidade, eficiência e trabalho"

Folhapress

Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ao abrir oficialmente os trabalhos do Congresso em 2010 que o Legislativo exige uma postura que não permita erros e arranhões nos "procedimentos éticos" que devem pautar a conduta da Casa.

Ao reler um discurso que fez em 1995, ao assumir mandato no Congresso naquele ano, Sarney disse que "transparência, moralidade, eficiência e trabalho" devem pautar os trabalhos da Casa.

No ano passado, Sarney respondeu a uma série de acusações por supostas irregularidades cometidas no Senado, que resultaram no afastamento de Agaciel Maia – ex-diretor-geral da Casa que ficou por mais de 15 anos na função.

"Assumi este cargo não num momento de glória do Poder Legislativo, mas numa fase em que a instituição atravessa profunda crise de identidade, exposta a permanente crítica e censura. Meu desejo é prestar um serviço ao Congresso, juntando-me a todos os senadores e deputados", disse Sarney.

O senador afirmou que quer implantar reformas que transformem o Congresso em um poder "forte e digno" do povo brasileiro.

Assim como Sarney, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), defendeu o fortalecimento do Congresso na sociedade brasileira. "As críticas aumentam, mas são saudáveis. Se exageradas forem, serão concertadas e aprumadas logo depois. É importante a crítica que se faça aos Poderes constituídos. É desse conjunção do Executivo, Legislativo, Judiciário, imprensa livre, que estamos implantando em definitivo a democracia no país, fugindo do ciclo histórico em que o Brasil passa por 20, 30 anos de autoritarismo, e 20, 30 anos de democracia", disse Temer.

  • Sarney: postura que não permita erros e arranhões nos

Brasília - Impecável num terninho preto de gola alta e conjunto de pérolas, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, atropelou o protocolo na solenidade de abertura da 53.ª Legislatura do Congresso Nacional. Uma das convidadas mais esperadas, por portar a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos parlamentares, a pré-candidata do PT à Presidência adentrou o plenário com mais de 15 minutos de atraso, quando o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), já dava prosseguimento à sessão solene.

Sentada na Mesa ao lado do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), possível candidato a vice em sua chapa, Dilma não discursou. A leitura da mensagem presidencial – que destacou a importância do Congresso na superação da crise econômica e falou sobre o PAC, que tem ligação direta com a ministra – foi realizada pelo primeiro-secretário, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG).

Da Mesa, Dilma ora acenava com sorrisos e tchauzinhos para aliados no plenário, ora esticava o rosto para dar e receber beijinhos de parlamentares da base que fizeram fila para assediá-la.

Superação da crise

Na mensagem enviada ao Con­­gresso, o presidente destacou o sucesso do Brasil no enfrentamento da crise econômica mundial e realçou o bom desempenho do Programa de Aceleração do Cres­­cimento (PAC) e do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida no período. No texto, Lula dis­­se que o Brasil seguiu gerando em­­pregos, renda e reduzindo o abismo social, enquanto o desemprego assolava o restante dos países.

Segundo Lula, "o governo agiu de forma rápida e firme" para acabar com os problemas de liquidez na economia. O presidente ainda fez questão de elogiar o apoio dos parlamentares nesse período de dificuldades.

Ao falar dos dois principais programas do governo, o texto de Lula informa que, mesmo em ano de crise, o PAC aumentou em "58% o valor dos pagamentos em relação ao ano anterior" e que o programa Minha Casa, Minha Vida já contratou 248 mil moradias em nove meses. Além disso, cita as descobertas do pré-sal. A mensagem ainda diz que, "de forma responsável", o Brasil continua a manter o ciclo de desenvolvimento econômico verificado nos últimos anos.

No texto, o presidente destaca também a importância dos parlamentares na discussão e aprovação de medidas para impulsionar a economia no período. "O papel dos parlamentares foi fundamental para responder à crise."

Lula pede ainda que o Con­­gresso trabalhe em conjunto com o Executivo em seu último ano de mandato para fortalecer as condições econômicas e sociais do país. "Nosso principal desafio em 2010 é trabalhar em conjunto para fortalecer condições econômicas e sociais que nos permitiram enfrentar turbulências recentes no cenário internacional, e fundamentais para que o ciclo de desenvolvimento dos últimos anos seja duradouro e sustentável."

Alencar

O mais festejado da solenidade de abertura do Congresso, o vice-presidente, José de Alencar, foi aplaudido de pé por duas vezes. Na primeira, a homenagem foi puxada pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que assiste a uma guerra travada por seu partido para viabilizá-lo como vice na chapa da ministra Dilma Rousseff. Sem querer, entretanto, Alencar acabou provocando um certo constrangimento ao dizer, em seu discurso de agradecimento, que ninguém vota em vice.

"Agradeço ao presidente Lula todos os dias por ter me dado um mandato de oito anos. Graças a ele ganhei esse mandato, porque ninguém vota no vice. O voto é para o candidato a presidente."

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Interatividade

A escolha da ministra Dilma para entregar a mensagem do presidente foi mais uma oportunidade para reforçar a candidatura dela?

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