Preocupada com o comportamento “imprevisível” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidente Dilma Rousseff realizou duas reuniões no final de semana para tratar sobre o andamento na Câmara, a partir desta terça-feira (13), do processo de impeachment contra ela. Depois de uma viagem-relâmpago a Porto Alegre (RS), de menos de 24 horas, a presidente voltou a Brasília e se reuniu com os ministros Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, e Aldo Rebelo, do ministério da Defesa. A ordem de Dilma é acionar os ministros dos partidos aliados para tentar obter o apoio da base e, assim, barrar o impeachment.
No sábado, Dilma já havia se reunido com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Logo em seguida, Dilma embarcou para Porto Alegre, para se encontrar com a família, de onde voltou na tarde deste domingo. A presidente decidiu voltar já neste domingo e não passar o feriado de amanhã na capital gaúcha.
“Temos que ter maioria no Congresso. Tem que valer a coalizão”, disse um ministro.
Apesar da pressão pelo seu afastamento do cargo, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse neste domingo ao GLOBO que sua atuação será “normal” na volta à Câmara após a divulgação de que contas secretas na Suíça eram usadas por ele para pagar despesas pessoais da família. Cunha informou que decidirá na terça-feira sobre o pedido de impeachment elaborado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior e apoiado pelo PSDB. O presidente da Câmara também defendeu o rito estipulado por ele sobre o processo. Ele definiu que, em caso de rejeição de um pedido de impeachment, cabe recurso ao plenário da Câmara. E entendeu que bastaria a aprovação do recurso por maioria simples dos presentes à sessão. Deputados do PT e do PCdoB entraram com uma ação no STF contra as regras.
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