A questão dos direitos humanos estará na agenda da visita da presidente Dilma Rousseff a Pequim, na próxima semana. A líder brasileira desembarca na China no momento em que o Partido Comunista empreende a mais violenta onda de repressão a críticos e dissidentes em dez anos, que levou à detenção ou ao desaparecimento de 27 pessoas e a dezenas de ordens de prisão domiciliar. A ênfase que Dilma dará ao tema será mais um teste para a política externa do governo, que elevou ao primeiro plano o respeito aos direitos humanos.

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O embaixador do Brasil em Pequim, Clodoaldo Hugueney, disse que a presidente não deve tratar de casos específicos, como a prisão de Ai Wei Wei, um dos mais célebres artistas e dissidentes chineses. Mas ressaltou que o assunto estará na pauta. Para ele, a questão dos direitos humanos é importante para o Brasil e também para a China. "Os dois países enfrentam uma série de problemas nessa área, que refletem em parte o estágio de desenvolvimento em que se encontram", avaliou.

A atual onda repressiva teve início em meados de fevereiro, em resposta à convocação anônima para realização de protestos na China semelhantes aos que derrubaram regimes autoritários no mundo árabe. Além de prender dissidentes, o governo aumentou a censura na internet e restringiu a atuação de jornalistas estrangeiros no país - um retrocesso em relação a regras mais liberais adotadas na época da Olimpíada de 2008.

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