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Aos 69 anos, o embaixador Celso Luiz Nunes Amorim assumirá um novo desafio à frente do Ministério da Defesa após nove anos como chanceler e depois de ocupar postos diplomáticos como embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas e na Grã-Bretanha. Ao longo de oito anos como chanceler do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Amorim foi o protagonista de uma política externa polêmica, que por várias vezes suscitou críticas de oposicionistas, mas que também aumentou o perfil brasileiro nos temas internacionais. Nascido em Santos, o embaixador formado no Instituto Rio Branco na turma de 1965, esteve na linha de frente da defesa de pontos polêmicos, como a aproximação com o regime iraniano e com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, além das questões do gás, com a Bolívia, e da usina de Itaipu, com o Paraguai. Antes de tomar posse como chanceler de Lula, Amorim, que é casado com Ana Maria Amorim e pai de quatro filhos, já havia comandado a chancelaria sob o governo do ex-presidente Itamar Franco. Nesse período, entre 1993 e 1994, ajudou nos preparativos para o lançamento do Mercosul, em 1995. À frente do Ministério da Defesa, Amorim terá superioridade hierárquica sobre as Forças Armadas. Em 1982, no entanto, ele deixou o cargo de diretor-geral da extinta Embrafilme, estatal cinematográfica criada pelo regime militar (1964-1985), após desagradar militares da linha-dura. A irritação foi gerada pelo filme "Pra Frente Brasil", de Roberto Farias. Financiado pela estatal, o filme retratava a tortura contra um homem confundido com um militante em meio aos festejos com a Copa do Mundo de 1970, no México, na qual a seleção brasileira conquistou o tricampeonato mundial. Amorim também atuou como representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e na Organização Mundial do Comércio (OMC). Quando foi convidado por Lula para sua segunda passagem no ministério, era embaixador do Brasil na Grã-Bretanha, em Londres. Fora da diplomacia, Amorim também atuou como diretor para Assuntos Internacionais do Ministério de Ciência e Tecnologia entre 1985 e 1988. Com vínculos históricos com o PMDB, ele se desfiliou da legenda em setembro do ano passado para ingressar no PT, partido de Lula, de quem é declarado admirador. "Pelé só teve um, mas o Brasil foi cinco vezes campeão do mundo, algumas vezes sem Pelé. Igual a Lula não vai ter, ele é uma personalidade única na história recente do Brasil", disse Amorim em entrevista recente. "Mas não quer dizer que a Dilma não vá fazer um governo extraordinário", ponderou. Terá agora a oportunidade de tentar ajudá-la nesta tarefa.

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