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O deputado José Dirceu (PT-SP), ex-ministro da Casa Civil, usou nesta quarta-feira a tribuna da Câmara dos Deputados para desmentir a informação de que estaria se negando a comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos para prestar depoimento. A CPI investiga as denúncias de lavagem de dinheiro pelas casas de jogos de bingo, bem como denúncias de corrupção contra o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz.

Dirceu disse não ter solicitado "em nenhum momento" ao senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), relator da CPI, que não fosse convocado para depor na CPI, conforme reportagem veiculada pela TV Globo.

- Quero esclarecer à Casa e ao país que não o fiz. E o senador Garibaldi Alves é testemunha - afirmou.

O deputado disse que expôs a Garibaldi apenas que o caso Waldomiro Diniz já foi investigado por uma CPI na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, que resultou em 20 ações cíveis, 40 indiciados e um inquérito policial acompanhado pelo Ministério Público.

- Eu não sou sequer citado. O que pedi foi justiça - disse.

O ex-ministro se colocou à disposição do Ministério Público, da Câmara e da própria CPI dos Bingos para prestar esclarecimentos sobre o caso.

- Já fui à Corregedoria (da Câmara), estou acertando com o presidente do Conselho de Ética (da Câmara) a minha ida na primeira semana de agosto. Não vou deixar de ir a nenhum foro de investigação, porque não devo e não temo - disse.

O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), confirma que Dirceu se colocou à disposição do órgão para prestar depoimento no início de agosto.

Em seu discurso, Dirceu também rebateu as notícias veiculadas pela imprensa nos últimos dias de que haveria um suposto esquema com aval dele para proteger a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) da fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

- O senador Amir Lando (ex-ministro da Previdência) está dando satisfações mais do que cabais ao país, e a Previdência publicou os dados que refutam todas as afirmações, porque a fiscalização aumentou no Rio de Janeiro, ao contrário do que querem fazer crer- enfatizou, mencionando notas divulgadas ontem pelo Ministério da Previdência Social e o ex-titular da pasta Amir Lando (PMDB-RO).

José Dirceu disse que as denúncias não têm fundamento.

- Quero repelir como infundadas, caluniosas, todas as afirmações que foram veiculadas através de uma gravação que, por decisão judicial, foi liberada para a imprensa.

Na segunda-feira, a TV Globo veiculou reportagem em que mostrava que uma investigação em curso no Ministério Público Federal sobre fraudes na Previdência Social encontrou informações sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a Firjan, o INSS e o PT.

Segundo a reportagem, o MP tem em seu poder a gravação de uma conversa telefônica entre a fiscal do INSS Maria Auxiliadora de Vasconcelos, presa por suspeita de fraudes em maio deste ano, e uma outra fiscal. Na gravação, as duas falam sobre um suposto esquema capitaneado pela Firjan para livrar empresas do estado do Rio da fiscalização da Previdência Social, em troca de propina para o PT.

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