O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta sexta-feira o perfil dos quase 20 mil candidatos que disputam cargos eletivos nas próximas eleições por grau de instrução. Entre os candidatos aos principais cargos majoritários - presidente da República, governador e senador - há candidatos que afirmam apenas ler e escrever ou que sequer têm o ensino médio completo. Dos sete que concorrem à Presidência, seis têm curso superior completo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta a reeleição, tem o ensino fundamental completo.

CARREGANDO :)

Dos 208 candidatos ao cargo de governador de estado e do Distrito Federal, dois deles afirmam apenas ler e escrever. Ambos são candidatos ao governo do Mato Grosso. Eles são Roberto Pereira, do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), comerciante; e Plauto Vieira (Gugu), do Partido Republicano Progressista (PRP), mecânico de manutenção.

A maioria dos candidatos a governador - 155 (equivalente a 74,5%) - por outro lado, declararam ter curso superior completo. Outros 26 (12,5%) disseram ter curso superior incompleto e 21 (10%) admitiram ter apenas o ensino médio completo. O restante, quatro candidatos, têm o ensino fundamental completo ou incompleto.

Publicidade

Dos 228 candidatos a uma cadeira no Senado, 158 (69,3%) têm algum tipo de graduação superior; 34 (14,9%) revelaram ter o ensino médio completo; e 20 deles disseram não haver concluído a faculdade iniciada.

Também aparecem 16 candidatos com pouca ou quase nenhuma instrução. Caso de um candidato na Bahia - José Maria dos Santos - do Partido da Causa Operária (PCO), que é padeiro e confeiteiro e declarou saber apenas ler e escrever. Outros três candidatos no Ceará, Maranhão e Santa Catarina, que dizem ter o ensino fundamental incompleto.

O nível de instrução cai entre os candidatos a uma vaga de deputado federal. Dos 5.402 pedidos de registros a uma vaga na Câmara pouco mais da metade (2.843, ou 52,6%) têm curso superior; 639 deles (11,8%) abandonaram a faculdade já iniciada; 1.175 (21,7%) disseram ter o ensino médio completo e 176 (3,2%) não concluíram o nível médio. Nesse caso, aumenta o número de candidatos com baixa instrução: 182 candidatos a deputado federal não terminaram o ensino fundamental, equivalente ao antigo ginasial; 377 preencheram em suas fichas que têm o ensino fundamental completo e nove disseram apenas saber ler e escrever.

O nível de instrução cai mais ainda quando se trata de candidatos às assembléias legislativas e distrital (Brasília): 13.321 concorrentes. Destes, só 5.690 (42,7%) têm nível superior; 1.470 (11%) disseram não haver concluído a faculdade; 3.686 (27,7%) terminaram o ensino médio e 590 (4,4%) não completaram o ensino médio. Para esses cargos, o contingente de candidatos apenas com o ensino fundamental completo chega a 1.236, o equivalente a 9,3% do total; 607 deles disseram ter apenas o ensino fundamental incompleto e 40 só lêem e escrevem.

No Rio de Janeiro, há um candidato a deputado estadual que se declara analfabeto. Os analfabetos são inelegíveis, de acordo com o artigo 14, parágrafo 4º, da Constituição Federal.

Publicidade

O TSE destaca que a estatística foi elaborada a partir da base de dados de candidatos cadastrados até o dia 18. Algumas candidaturas ainda estão sendo conferidas pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) - que avalia documentação incompleta, por exemplo, o que pode gerar alteração na base de dados.