Londrina - Os mais de 240 mil eleitores londrinenses decidirão hoje quem será o próximo prefeito Luiz Carlos Hauly (PSDB) ou Antonio Belinati (PP). Depois de oito anos de administração petista, encabeçada por Nedson Micheleti, a próxima gestão poderá continuar ou romper um ciclo que começou em 1988 e vem alternando PT e Belinati no poder municipal desde então.
O último prefeito tucano de Londrina foi Wilson Moreira (1983 a 1988). Depois disso, a cidade elegeu Belinati (1989 a 1992), Luiz Eduardo Cheida (1993 a 1996), filiado ao PT na época, novamente Belinati (1997 a 2000) que foi cassado no último ano de mandato e substituído pelo vice Jorge Scaff e Nedson Micheleti (2001 a 2008).
"Caso Belinati seja eleito, será dada continuidade a esse ciclo. Havendo vitória de Hauly, a cidade experimentará um novo momento", afirma o analista político Marco Rossi, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Quanto ao que esperar da futura administração, ele prevê diferentes estilos de gestão, dependendo do eleito. "A gestão de Belinati deverá ser mais personalista, voltada a grandes obras. Já a de Hauly deverá focar em uma administração mais técnica, mas deverá também realizar políticas públicas populares até para se enraizar entre as massas", arrisca. Para Rossi, o desafio particular de Hauly, que tenta pela quarta vez chegar à prefeitura, será mostrar que tem capacidade gerencial. "Ele terá que provar muita coisa, cumprir o que está propondo, a gestão eficiente e transparente que está afirmando que fará. Sua proposta é entrar para a história da cidade como um grande empreendedor."
O professor de ética e filosofia política Clodomiro José Bannwart, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), tem uma visão semelhante. "Belinati tem uma visão mais paternalista, centrada na realização de feitos de apelo popular, como já se observou em outras gestões. Já Hauly deverá tentar impor a imagem do gestor público, de planejamento", diz. Independentemente do estilo, Bannwart afirma que ambos estão mais maduros nessa eleição, e contam com um lastro que os capacita para assumir uma cidade do porte de Londrina, a segunda maior do estado do Paraná.
Ambos candidatos, no entanto, tem um mesmo desafio, conforme aponta professor Bianco Zalmora Garcia: fazer a cidade crescer. "A cidade está estagnada, do ponto de vista de planejamento de longo prazo. Os dois terão o trabalho de organizar o município e fazer a cidade crescer no mesmo ritmo que cresce a população", comenta Garcia.
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