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Youssef: doleiro irá alegar que as escutas da PF foram ilegais e que o juiz é suspeito | Arquivo/ Jornal de Londrina
Youssef: doleiro irá alegar que as escutas da PF foram ilegais e que o juiz é suspeito| Foto: Arquivo/ Jornal de Londrina

Por quebra de delação do caso Banestado, Alberto Youssef foi condenado a quatro anos de prisão

O doleiro Alberto Youssef foi condenado na quarta-feira (17) a quatro anos e quatro meses de prisão por empréstimos fraudulentos que fez no Banestado, banco estatal do Paraná que fez uma série de operações ilegais com dólar nos anos 1990 e 2000. Youssef foi condenado por corrupção ativa e, além da prisão, também deverá pagar multa. Ele foi absolvido da condenação de gestão fraudulenta de instituição financeira.

Youssef havia sido perdoado por esse crime no acordo de delação premiada que fez com a Justiça Federal em 2004. Mas, como desrespeitou a promessa de não voltar a atuar no mercado paralelo a ação foi reaberta e o doleiro condenado.

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O doleiro Alberto Youssef decidiu fazer a delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A informação é de Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado do doleiro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "É uma pena, temos uma tese jurídica que era importante no STJ", diz o criminalista. Ainda não há informações se o doleiro já negocia com o Ministério Público Federal (MPF) e com a PF a delação ou a conversa irá começar a partir da decisão de Youssef.

Durante a tarde, a reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com o advogado de Alberto Youssef no Paraná, Antônio Augusto Figueiredo Basto, mas ele negou que o doleiro tenha firmado acordo de delação premiada. "Ele estava em audiência ontem (segunda) e hoje (terça)", disse Basto. "Eu não assinei nada e não tem depoimento nenhum. Trata-se de uma especulação", afirmou o advogado.

Já o Antônio Carlos de Almeida Castro diz ter sido avisado sobre a delação e que o doleiro tomou a decisão por pressão familiar e porque vários outros decidiram fazer a delação. O advogado deixará o caso.

Desde que a imprensa noticiou o suposto acordo de delação premiada firmado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o Ministério Público Federal (MPF) não tem se pronunciado sobre o assunto. Porém, fontes da instituição já haviam adiantado que, caso Youssef resolvesse colaborar com a Justiça, os procuradores exigiriam mais que depoimentos, mas também provas documentais consistentes em troca de benefícios para o réu.

Mesmo com o acordo da delação premiada, é provável que o doleiro tenha que, além de entregar todos os seus bens ilícitos, cumprir quatro anos de prisão em regime fechado e outros quatro em regime aberto. O rigor adicional que os procuradores têm com Youssef deve-se ao fato do doleiro já ter descumprido um acordo de delação que assinou em 2004, quando foi investigado por remessas ilegais que fez usando o Banestado, banco do governo do Paraná (leia ao lado).

Youssef se comprometeu a deixar o mercado paralelo de dólares, mas, em vez disso, aumentou ainda mais o volume de seus negócios. Como desrespeitou a promessa, o processo do Banestado foi reaberto em maio deste ano pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, e Youssef foi condenado a quatro anos de prisão. A ação penal havia sido instaurada em 2003 e os crimes de Youssef, perdoados em 2004.

Lava Jato

O caso do Banestado antecede os crimes abrangidos pelas investigações da Operação Lava Jato. Youssef é acusado em cinco processos decorrentes da atual operação da PF -- entre eles um envolvendo desvios em contratos da Petrobras.

O doleiro está preso desde março, suspeito de ter remetido para fora do país, de forma fraudulenta, US$ 444,7 milhões entre julho de 2011 e março de 2013. Segundo a Justiça, ele cometeu esse crime 3.649 vezes. Na terça-feira (16), Youssef negou envolvimento com transações financeiras vinculadas ao tráfico internacional de drogas. Ele é suspeito de ter realizado operação de câmbio de US$ 36 mil para importação de cocaína da Bolívia.

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